Evangelho do Dia (01/07/2016) - Mt 9,9-13*:
"Quando Jesus estava indo embora dali, viu um homem sentado na coletoria de impostos, chamado Mateus, e lhe disse: 'Segue-me'. Ele, tendo-se levantado, o seguiu. Aconteceu que, estando ele em casa durante uma refeição, muitos coletores de impostos e pecadores vieram e tomaram parte com Jesus e seus discípulos. Ao verem aquilo, os fariseus perguntaram a seus discípulos: 'Por que vosso mestre come com os coletores de impostos e pecadores?'. Ele ouviu e disse: 'Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas os acometidos por algum mal. Ide antes aprender o que significa: 'Misericórdia quero e não sacrifício'; de fato, não vim chamar justos, mas pecadores'".
A reflexão de hoje parte do fato de que o pecador pode se tornar um discípulo, apenas com um convite profundo de mudança. O seguimento à Jesus de Nazaré é expressão de uma prática de fé, que indica e dá início a uma vida nova. Os coletores de impostos, estavam a serviços dos romanos, e pertenciam à categoria formal de pecadores. Naquele tempo, o termo era usado para identificar os judeus que se omitiam diante da Lei e também para os gentios. Pecadores e coletores, portanto, são termos comuns no Evangelho e indica que para a sociedade eram semelhantes. Muitos desses coletores de impostos se prestavam a abusos contra o resto da população, tornando tais profissionais mal vistos e odiados. Em Mc 2,14, Mateus é chamado de Levi. Ao chamá-lo, Jesus o transfere da escravidão do dinheiro à liberdade do seguimento. A melhor forma de festejar a libertação de alguém é participando de uma ceia com vários amigos e conhecidos, pois a liberdade é alegria. Os fariseus, se opõem a Jesus, não conseguem compreender a ação salvífica de Deus que é misericórdia. A citação do profeta Oséias 6,6 por Jesus se adapta bem à situação, pois é um alerta para os fariseus, de ontem e de hoje, que se sentem guardiães da fé, da pureza, sãos e santos, que se auto proclamam justos e chamam e apontam os outros como pecadores, que preferem sacrifícios, mas não entendem nada da misericórdia divina. Na Misericordiae Vultus (2015, n.20), o Papa Francisco nos lembra que "a misericórdia revela-se, mais uma vez, como dimensão fundamental da missão de Jesus. É um verdadeiro desafio posto aos seus interlocutores, que se contentavam com o respeito formal da lei. Jesus, pelo contrário, vai além da lei, a sua partilha da mesa com aqueles que a lei considerava pecadores permite compreender até onde chega a sua misericórdia".
Emerson Sbardelotti
* A BÍBLIA - NOVO TESTAMENTO. São Paulo: Paulinas, 2015.
** Arte: Luís Henrique Alves Pinto (MG).
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