sábado, 19 de junho de 2010

DISCURSO - HOSPEDAGEM NOTURNO 2010/1

DISCURSO DO PARANINFO – MAIO – 2010

CURSO TÉCNICO DE HOSPEDAGEM – NOTURNO – TURMA B

Desejo de todo coração que estas palavras de carinho e de despedida cheguem aos corações de minhas afilhadas e de meu afilhado da Turma B, como aquele abraço afetuoso e saudoso da hora da partida que hoje se realiza. Todo caminhar tem seu início, o seu meio e o seu fim. E por isso estamos aqui. Para uma última caminhada.
Em 2009 vocês começaram o Curso Técnico de Hospedagem, a primeira turma, e chegavam cheios, cheias, de expectativas e emoções, com vários, várias colegas, cada um, cada uma, com qualidades e defeitos, e isso tudo, fez com que a Turma se unisse e conquistasse o coração desse professor e o de outros colegas na Instituição; infelizmente, alguns, algumas, como diria o livro de Sun Tzu – A Arte da Guerra - não resistiram às batalhas e ficaram pelo caminho. Vocês, cruzaram a fronteira final e ganharam a guerra, agora resta, para vocês, um último ato: essa nossa última aula; uma última lição antes de vocês voltarem para suas casas e traçarem, planejarem individualmente a organização do futuro a partir do conhecimento que juntos nós construímos.
Não esquecerei nenhum dos vários momentos em que fomos cúmplices nas aulas que vocês me ajudaram a preparar, pois, apesar de uma preparação prévia, sempre valorizei o que o meu afilhado e as minhas afilhadas traziam de novidade, de inquietações, pois a verdadeira recompensa de um professor é sentir dentro do peito que seus alunos, suas alunas, não aprenderam a repetirem teorias, mas cresceram enquanto seres humanos. Lecionando para vocês, aprendi muito mais do que ouvir, aprendi a escutar os desejos que vocês não conseguiam ou não queriam falar em voz alta...foi descobrindo pequenas coisas em vocês que pude melhorar enquanto profissional, que pude melhorar enquanto ser humano para realizar grandes coisas.
Não esquecerei os sorrisos de vocês. Não esquecerei as brigas que fizeram crescer. Não esquecerei a dedicação em todos os eventos e idéias que foram propostas, e que com humildade, e senso de profissionalismo, realizaram com maestria. Não esquecerei que já não nos víamos como professor e alunos, nem como líder e equipe de trabalho, mas como um grupo de amigos e nem por isso a aula deixou de ser séria e ao mesmo tempo humorada. Não vou esquecer que aprendi a amar vocês.
O amor é a expressão mais custosa do cuidado, pois tudo o que amamos, também cuidamos, e se cuidamos, é sinal de que muito amamos. Ter ido ao encontro de vocês e vocês de virem ao meu encontro proporcionou, para nós, uma relação de aliança, de amizade que não será quebrada, pois nós, nos fizemos importantes uns para os outros, mobilizando assim nossas energias vitais; e por nos amarmos tanto, é que chegamos a esta última aula, rejuvenescidos e com a sensação maravilhosa de estarmos começando a vida de novo e agora.
Se fui o professor chato, com cara de poucos amigos e mal amado; se fui o professor que em todas as aulas exigia de vocês sempre o melhor; hoje posso dizer com alegria que vocês chegaram ao final, apaixonados pelo Curso Técnico de Hospedagem, que dentre os demais cursos, sempre privilegiou o encontro e o diálogo, o respeito ao outro e a Natureza. Afinal ela é o nosso objeto de estudo. Sem ela nada somos enquanto profissionais, dependemos dela para tudo na nossa carreira. É por isso que peço a vocês, agora como Técnicos em Hospedagem, que protejam a Natureza, o ambiente inteiro onde vivem, protejam a vida. Nossa profissão exige de nós uma consciência ecológica e um envolvimento com a Mãe-Terra, ela é um organismo vivo e precisa de nós. Não seremos os salvadores do planeta, mas por conta de nossa intuição, de nossa criatividade, poderemos fazer do nosso Continente, do nosso Brasil, do nosso Estado do Espírito Santo, das nossas cidades capixabas, um outro mundo novo e possível. Onde possamos viver em paz e com abundância.
E é com esse desejo de paz que eu gostaria de retribuir a homenagem que vocês me fizeram, escolhendo-me para ser o seu paraninfo com algumas imagens captadas de momentos únicos na vida de vocês e uma música muito bonita, que eu sei...irá emocionar vocês e nunca mais irão se esquecer de mim, como eu não vou me esquecer de vocês.
Pois seguiremos nossas vidas, tocando em frente.

TOCANDO EM FRENTE (ALMIR SATER & RENATO TEIXEIRA)

Ando devagar por que já tive pressa
E levo esse sorriso por que já chorei demais
Hoje me sinto mais forte
Mais feliz quem sabe
Eu só levo a certeza de que muito pouco eu sei
Eu nada sei

Conhecer as manhas e as manhãs
O sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso chuva para florir

Penso que cumprir a vida
Seja simplesmente
Compreender a marcha e ir tocando em frente
Como um velho boiadeiro levando a boiada
Eu vou tocando os dias pela longa estrada eu sou
Estrada eu vou

Conhecer as manhas e as manhãs
O sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso chuva para florir

Todo mundo ama um dia
Todo mundo chora
Um dia a gente chega no outro vai embora
Cada um de nós compõe a sua história
E cada ser em si carrega o dom de ser capaz
E ser feliz

Conhecer as manhas e as manhãs
O sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso chuva para florir

Ando devagar por que já tive pressa
E levo esse sorriso por que já chorei demais
Cada um de nós compõe a sua história
E cada ser em si carrega o dom de ser capaz
E ser feliz

Encerro aqui a minha parte na História de vida de cada um, de cada uma de vocês. Tudo o que de bom eu aprendi, eu partilhei com vocês. Pois sempre priorizei entregar para vocês o melhor que eu tinha e tenho dentro de mim. Sempre acreditei em vocês. Sempre torci pelo sucesso de vocês. E posso dizer com satisfação, que foi a melhor equipe com quem eu já trabalhei nestes anos todos em que sou Turismólogo. Muito obrigado por vocês existirem. Continuem estudando, pesquisando e buscando. Vocês chegarão muito longe, onde eu não consegui. Um grande abraço e até um dia.

Emerson Sbardelotti Tavares
Turismólogo
* direitos reservados *




terça-feira, 8 de junho de 2010

SANGUE E SOMBRAS

SANGUE E SOMBRAS

Uma vez um velho índio me disse:
Nem sempre conseguimos o que queremos
Mas, nem por isso,
O que queremos deve ser a última etapa do conseguir.
Há sempre algo a mais para se fazer pelo ser humano
Há sempre algo a mais para se fazer pela Mãe Terra
Deve existir sempre o meio termo entre o caçador e a fera

E todos nós voltaremos ao barro primeiro
Àquela primeira explosão
Àquele primeiro acorde do antigo violão
E todos nós iniciaremos um novo diálogo
A partir de um mistério profundo
A partir de um encontro oriundo
Com a vida: plenitude e canção

É preciso muitas vezes dar uns calos
Para lembrarmos dos pés
No caminho o que mais incomoda
Não é a distância a percorrer
Mas a pedrinha que entra debaixo deles
De que importa as cores de nossas peles
Se a cor do sangue de nossas veias
E de nossas sombras são as mesmas

Emerson Sbardelotti
08 de junho de 2010
21:57
*direitos reservados*