quarta-feira, 22 de março de 2017

PARTILHA DA PALAVRA - HOMILIA



PARTILHA DA PALAVRA – HOMILIA

Emerson Sbardelotti*

            Tenho a oportunidade de ser convidado para fazer a Partilha da Palavra – Homilia em muitas comunidades eclesiais de base e paróquias, e sempre que isso acontece, com muita humildade e alegria, me preparo com muita antecedência para dar o melhor de mim, pois entendo que uma Partilha bem feita produz bons frutos para aquela comunidade reunida em torno da Palavra de Deus. Tomo o cuidado de conhecer a realidade daquela comunidade, daquela paróquia, suas vitórias, suas derrotas, alegrias e tristezas. Procuro sempre falar de forma simples, independente da instrução escolar da assembleia.
            Nesta preparação, além da Bíblia de Jerusalém, do Peregrino, TEB e a Pastoral, utilizo as reflexões da Revista Vida Pastoral, muitos livros com comentários bíblicos e o livro Roteiros Homiléticos, do padre José Bortolini.
            No caminho para o local da celebração agradeço a Deus por estar servindo ao Povo enquanto homiliasta, enquanto ministro da Palavra, e peço a Ele para falar por mim enquanto estiver conversando com as famílias cristãs ali reunidas.
            Muitas pessoas me perguntam: como fazer uma boa partilha da Palavra – Homilia? Quanto tempo deve ter? Digo sempre a anedota que D. Pedro Casaldáliga, um dia em sua casa, em São Félix do Araguaia-MT, quando eu lhe perguntei quanto tempo deve demorar uma homilia? Pedro me disse: “Os 5 primeiros minutos é Deus falando por você. De 5 a 10 minutos é você falando para a assembleia. Dos 10 minutos em diante é o espírito de porco...”. Ri muito com ele neste dia e entendi a mensagem.
Acredito que o segredo para uma boa Partilha está na preparação que você faz para realizá-la.
            Por estar sempre me preparando com antecedência, observo sempre aquela leitura que possa ser um pouco mais complicada e a melhor forma de explicá-la à assembleia me detendo um pouco mais nela, mas não deixo de falar das outras fazendo a ponte com a realidade da comunidade. O Evangelho do dia sempre tem um maior destaque!
            Para ajudar meus amigos e amigas e a você que me curte e me segue nas redes sociais eu escolhi alguns trechos de livros, com pessoas que são especialistas em Liturgia e que de forma simples podem nos ajudar a entender um pouco melhor a arte de fazer a Partilha da Palavra – Homilia.
            É apenas um aperitivo o texto que segue. Haverá algumas repetições, no geral, as informações irão lhe ajudar a entender um pouco melhor a Partilha da Palavra – Homilia. Uma dica valiosa: busque ler os livros citados nas notas de rodapé do texto. No final do texto há algumas questões para reflexão pessoal ou em grupos.
            Boa leitura! E se gostar pode compartilhar com todos os seus contatos. Havendo dúvidas entre em contato.
            Que o Moreno de Nazaré sempre lhe abençoe e lhe inspire na defesa da Vida!


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Maria de Lourdes Zavares diz que “a Liturgia da Palavra é diálogo amoroso e comprometedor entre Deus e seu povo, congregado em Cristo e animado pelo seu Espírito.
            A homilia, como parte integrante deste diálogo, merece nossa atenção.
            Homilia significa conversa familiar. Um diálogo fraterno, continuando o assunto da conversa que Deus vem fazendo conosco através das leituras e dos fatos da vida. Ela tece harmoniosamente uma relação entre a Bíblia, a celebração e a vida. Estabelece um elo entre a proposta de Deus e a resposta da assembleia.
            A homilia é ação simbólica assim como cada momento da Liturgia da Palavra.
            Homilia não pode ser confundida com sermão, discurso temático ou pregação com caráter moralizante. Não é estudo bíblico ou catequético nem reflexão e, muito menos, deve ser substituída por desabafos pessoais de quem a faz.
            Não basta simplesmente explicar os textos bíblicos. É preciso interpretá-los a partir da realidade, atualizando-os na vida concreta da comunidade celebrante, tendo como referência o mistério de Cristo. Ele faz arder os corações, abrindo-os à conversão, à transformação pessoal, comunitária e social”[1].

Ione Buyst nos diz que “a Palavra de Deus é sempre viva e atual. Traz uma boa notícia, um conforto, um alento, alegria, esperança, e também um apelo, um chamado à conversão e à missão, em cada momento de nossa vida. Por isso, as leituras bíblicas são meditadas, comentadas, confrontadas com os fatos de nossa vida pessoal, comunitária, social. Relacionar Bíblia e Vida é tarefa da homilia, numa conversa familiar, de irmãs e irmãos prestando atenção àquilo que o Senhor nos tem a dizer.
            É tarefa ainda da homilia de nos preparar para a segunda parte da celebração, ligando as leituras bíblicas com o mistério celebrado na Eucaristia ou na louvação.
            A homilia é da responsabilidade de quem preside. Às vezes é conduzida em forma de uma conversa comunitária, deixando aberta a participação do povo.
            Existe a possibilidade de se retomar a temática das leituras bíblicas e da homilia, com um canto após a homilia”[2].

            Maria de Lourdes Zavarez afirma que “cremos que é o próprio Cristo que fala, quando na Liturgia, são lidas e explicadas as Escrituras. E a homilia é a ação do seu Espírito.
            Ele abre a comunidade para compreender, saborear e aceitar a Palavra proclamada, perceber o sentido dos acontecimentos à luz da Páscoa, renovar em ação de graças sua fé, retomar os motivos de sua esperança e se comprometer com a fraternidade, a justiça e o mandamento do amor.
            Esta ação não se dá automaticamente. É trabalho conjunto do Espírito e da comunidade celebrante.
            Além de fazer a ligação entre os textos bíblicos e a vida, é função da homilia abrir e conduzir a assembleia para dentro do mistério da salvação, acontecendo no momento celebrativo. É sua dimensão mistagógica nem sempre levada em conta em nossas celebrações.
            E como fazer isto? Primeiramente, evocando as ações libertadoras que Deus realizou e realiza por nós em Jesus. Ele é o grande motivo da ação de graças que a comunidade faz a seguir na oração eucarística. E, depois, despertando na assembleia a atitude de oferenda e comunhão com Cristo ao Pai.
            A pessoa responsável pela homilia é normalmente quem preside, que poderá envolver outras pessoas e até toda a assembleia na partilha da Palavra. É uma tarefa sagrada. Daí decorre sua responsabilidade de preparar-se bem durante a semana.
            Neste sentido, muito tem ajudado um jeito antigo de ler a Bíblia, redescoberto e utilizado recentemente, por muitas comunidades cristãs, a leitura orante, ou lectio divina. Esse método consta de quatro momentos ou passos:
a)     A leitura aprofundada e cuidadosa dos textos bíblicos indicados, ou pelo menos do evangelho;
b)     A meditação, ligando os textos bíblicos com nossa vida, com a realidade que nos cerca;
c)      A oração brotando desta meditação: “O que esta Palavra nos leva a dizer a Deus?”;
d)     A contemplação, momento de entrar em comunhão íntima, deixando-nos conduzir pela ação amorosa do Senhor.
Para manter a dimensão orante, dialogal, profética e mistagógica, três perguntas poderão orientar e facilitar a participação da assembleia nesta conversa familiar, que é homilia:
a)     Qual a boa notícia de Deus para nós hoje?
b)     Qual o apelo que Ele nos faz?
c)      Que resposta daremos a esta Palavra na celebração e na vida?
O silêncio torna-se indispensável no final da homilia. Assim a resposta à Palavra, a ser dada pela comunidade, na celebração e na vida, ganhará autenticidade, realizada primeiro no íntimo de cada pessoa, pela ação do Espírito”[3].

            Ione Buyst afirma que “é preciso fazer com que Cristo, o Senhor, possa falar ao coração e à mente de seu povo reunido, dentro da realidade de sua vida cotidiana, de sua cultura, de sua história.
            Normalmente, a homilia é tarefa dos padres; faz parte de seu ministério. Porém, todos nós sabemos que mais ou menos 70% das comunidades, que se reúnem aos domingos, não podem contar todos os domingos com um ministro ordenado. Mas nem por isso as comunidades ficam sem alguém que faça a partilha do pão indispensável da Palavra de Deus. Por toda parte, o Espírito Santo foi suscitando e a Igreja foi organizando e preparando ministros da Palavra de Deus, homens e mulheres da comunidade que se colocam à disposição do Senhor e dos irmãos e irmãs. Entre outras tarefas, cabe-lhes fazer a homilia.
            Quem já fez homilia sabe que se trata de uma tarefa nada fácil.
            Qual a maior diferença entre homilia e sermão? No sermão falava-se de qualquer assunto, não necessariamente ligado com os textos sagrados. E também não fazia parte integrante da Liturgia: interrompia-se a missa para fazer o sermão e o padre até tirava a casula para subir ao púlpito e fazia o sinal da cruz no início e no fim. Então, o sermão era como um corte no meio da missa, uma interpolação.
            Somente na década de 1960, com a renovação do Concílio Vaticano II, é que a homilia foi reintroduzida na prática da Igreja. E assim, aos poucos, foi recuperando o lugar que jamais deveria ter perdido.
            Diz o Concílio Vaticano II, na Constituição sobre a Sagrada Liturgia (1963), SC, n. 52:
·         A homilia é parte da liturgia;
·         Expõe os mistérios da fé e as normas de vida cristã, no decorrer do Ano Litúrgico;
·         Faz-se sobre o texto sagrado;
·         Não deve ser omitida sem grave causa nas missas de domingo e dias de guarda.
A Introdução ao Elenco das Leituras da Missa (IELM, 1981) no n. 24, retoma estes dados e acrescenta mais um elemento importante:
            Cristo está sempre presente e operante na pregação da Igreja.
            Com isso, retoma um ensinamento do papa Paulo VI em sua encíclica Mysterium Fidei (1965), completando o texto da SC, n. 7 que fala da presença de Cristo quando se leem as Sagradas Escrituras na comunidade reunida. Ou seja, também na homilia, Cristo está presente e nos dá sua Palavra.
            Portanto, a homilia é, juntamente com toda a Liturgia, uma ação sacramental: pelas palavras humanas (ou, às vezes, apesar delas!), Deus está presente, nos atinge com sua Palavra e nos transforma”[4].
           
            Luis Maldonado diz que “a homilia é a pregação cristã que ocorre no âmbito de uma celebração litúrgica. São duas as suas características: ser pregação e ser pregação litúrgica.
            Como pregação deve corresponder às características fundamentais desta tarefa pastoral básica na Igreja, que podemos também denominar serviço à Palavra de Deus.
            Como pregação litúrgica reunirá e refletirá os traços e elementos essenciais de toda liturgia. Desta maneira, não há de ser corpo estranho dentro da celebração, nela inserido apenas de modo extrínseco, mais ou menos forçado, porém, enxertar-se-á harmoniosamente em seu contexto como etapa mais de fluência ritual e como ingrediente perfeitamente homogêneo dentro do conjunto do universo festivo celebrativo”[5].

            Yone Buyst diz que a “a liturgia da Palavra é memória de Jesus, diálogo da Aliança entre Deus e o seu povo em clima orante, instrução do povo de Deus, confrontando textos bíblicos e vida pessoal e social, exortação e animação para uma vida de acordo com o Evangelho de Jesus e também intercessão para apressar a vinda do Reino de Deus em nossa realidade.
            Cabe à presidência, sobretudo, a responsabilidade pela homilia, partilha da Palavra. É o momento da interpretação das leituras bíblicas ouvidas (incluindo o salmo), relacionando-as com a vida e com a liturgia que estamos celebrando. Ou seja, trata-se de fazer uma ‘leitura espiritual’ das escrituras e da vida. Para muitos, a celebração dominical é a única escola, o único fórum para tomar conhecimento dos valores cristãos, formar uma opinião sobre os acontecimentos da vida pessoal, comunitária e social. Necessitamos de um espaço onde possamos avaliar a opinião pública e confrontar as ideias divulgadas por jornais, rádio e televisão. E a melhor maneira de fazer isso é aproveitar os fatos do momento, comentados por todos, e abordá-los na homilia à luz das sagradas escrituras.
            Quem faz a homilia ou partilha da Palavra não pode se esquivar dessa tarefa formativa da comunidade ante a atualidade.
            O homiliasta é um pedagogo na fé: cria em nós a atitude espiritual própria de cada tempo e festa litúrgica, para que possamos assimilar em nossa vida, em nossas atitudes, os vários mistérios de Cristo; ajuda-nos a crescer espiritualmente para ‘que todos juntos nos encontremos unidos na mesma fé e no conhecimento do Filho de Deus, para chegarmos a ser o homem perfeito que, na maturidade do seu desenvolvimento, é a plenitude de Cristo’ (Ef 4,13).
            A homilia poderá ser feita de forma comunitária, como uma conversa, um diálogo, pois o Espírito Santo está presente e fala à comunidade como um todo. Mas quem preside não pode deixar a conversa correr solta: deve iniciar, conduzir a conversa, dar e retomar a palavra, assegurar “o fio da meada”, garantir que o Senhor possa dizer sua Palavra à comunidade reunida, ligar a liturgia da Palavra com a vida e com a liturgia eucarística. É oportuno deixar um longo silêncio no final da homilia para que a Palavra ouvida possa ecoar no fundo de nosso coração e dar frutos[6].

              Segundo a CNBB: “é função da homilia atualizar a Palavra de Deus, fazendo a ligação da Palavra escutada nas leituras com a vida e a celebração. É importante que se procure mostrar a realização da Palavra de Deus na própria celebração da Ceia do Senhor. A homilia procura despertar as atitudes de ação de graças, de sacrifício, de conversão e de compromisso, que encontram sua densidade sacramental máxima na Liturgia eucarística.
            Os fiéis, congregados para formar uma Igreja pascal, a celebrar a festa do Senhor presente no meio deles, esperam muito dessa pregação e dela poderão tirar fruto abundante, contanto que ela seja simples, clara, direta e adaptada, profundamente aderente ao ensinamento evangélico e fiel ao magistério da Igreja. Para isso é necessário que a homilia seja bem preparada, relativamente curta e procure prender a atenção dos fiéis”[7].

            A CNBB afirma que “a homilia é também parte integrante da Liturgia da Palavra. Ela atualiza a Palavra de Deus, de modo a interpelar a realidade da vida pessoal e comunitária, fazendo perceber o sentido dos acontecimentos, à luz do plano de Deus, tendo como referencial a pessoa, a vida, a missão e o mistério pascal de Jesus Cristo. A explicação viva da Palavra de Deus motiva a assembleia a participar na oração de louvor e na vivência da caridade, buscando realizar a ligação entre a Palavra de Deus e a vida, com mensagem que brota dos textos em conjunto e em harmonia entre si, atingindo a problemática do dia a dia da comunidade.
            Quando oportuno, convém que a homilia ou a partilha da Palavra desperte a participação ativa da assembleia, por meio do diálogo, aclamações, gestos, refrães apropriados. Segundo as circunstâncias, quem preside convida os presentes a dar depoimentos, contar fatos da vida, expressar suas reflexões, sugerir aplicações concretas da Palavra de Deus. Poderá haver troca de ideias em grupo, seguida de uma breve partilha comum e a complementação de quem preside”[8].

            Nosso querido Papa Francisco nos diz assim: “Consideremos agora a pregação dentro da Liturgia, que requer uma séria avaliação por parte dos Pastores. Deter-me-ei particularmente, e até com certa meticulosidade, na homilia e sua preparação, porque são muitas as reclamações relacionadas a este ministério importante, e não podemos fechar os olhos. A homilia é o ponto de comparação para avaliar a proximidade e a capacidade de encontro de um Pastor com o seu povo. De fato, sabemos que os fiéis lhe dão muita importância; e, muitas vezes, tanto eles como os próprios ministros ordenados sofrem: uns a ouvir e outros a pregar. É triste que assim seja. A homilia pode ser, realmente uma experiência intensa e feliz do Espírito, um encontro consolador com a Palavra, uma fonte constante de renovação e crescimento.
            Renovemos a nossa confiança na pregação, que se funda na convicção de que é Deus que deseja alcançar os outros por meio do pregador e de que Ele mostra o seu poder pela palavra humana. São Paulo fala vigorosamente sobre a necessidade de pregar, porque o Senhor quis chegar aos outros por meio também da nossa palavra (cf. Rm 10, 14-17). Com a palavra, Nosso Senhor conquistou o coração das pessoas. De todas as partes, vinham para ouvi-Lo (cf. Mc 1,45). Ficavam maravilhados, ‘bebendo’ os seus ensinamentos (cf. Mc 6,2). Sentiam que lhes falava como quem tem autoridade (cf. Mc 1,27). E os Apóstolos, que Jesus estabelecera ‘para estarem com Ele e para os enviar a pregar’ (Mc 3,14), atraíram para o seio da Igreja todos os povos com a palavra (cf. Mc 16, 15.20).
            Agora é oportuno recordar que ‘a proclamação litúrgica da Palavra de Deus, principalmente no contexto da assembleia eucarística, não é tanto um momento de meditação e de catequese, como, sobretudo, o diálogo de Deus com o seu povo, no qual se proclamam as maravilhas da salvação e se propõem continuamente as exigências da Aliança'. A homilia possui um valor especial derivado do seu contexto eucarístico, que supera toda a catequese por ser o momento mais alto do diálogo entre Deus e o seu povo, antes da comunhão sacramental. A homilia é um retomar este diálogo que já está estabelecido entre o Senhor e o seu povo. Aquele que prega deve conhecer o coração da sua comunidade para identificar onde está vivo e ardente o desejo de deus e também onde é que este diálogo de amor foi sufocado ou não pôde dar fruto.
            A homilia não pode ser um espetáculo de divertimento, não corresponde à lógica dos recursos midiáticos, mas deve dar fervor e significado à celebração. É um gênero peculiar, já que se trata de uma pregação no quadro de uma celebração litúrgica; por conseguinte, deve ser breve e evitar que se pareça com uma conferência ou uma lição. O pregador pode até ser capaz de manter vivo o interesse das pessoas por uma hora, mas assim a sua palavra torna-se mais importante que a celebração da fé. Se a homilia se prolonga demasiado, prejudica duas características da celebração litúrgica: a harmonia entre as suas partes e o seu ritmo. Quando a pregação se realiza no contexto da Liturgia, incorpora-se como parte da oferenda que se entrega ao Pai e como mediação da graça que cristo derrama na celebração. Este mesmo contexto exige que a pregação oriente a assembleia, e também o pregador, para uma comunhão com Cristo na Eucaristia, que transforme a vida. Isso requer que a palavra do pregador não ocupe um lugar excessivo, para que o Senhor brilhe mais que o ministro”[9].

            Alguns lembretes para o momento de fazer a homilia:
1)       Lugar da homilia: na cadeira da presidência (de pé ou sentado), ou na estante da Palavra (cf. IELM, n. 26).
2)     Duração: “Nem muito longa e nem muito curta – e que se leve em consideração todos os presentes, inclusive as crianças e o povo, de modo geral as pessoas simples”, diz a IELM, n. 24.
3)      Preparar bem os equipamentos de som, saber falar bem, ter boa dicção.
4)     Cuidar da postura, movimentos, expressão corporal (na medida certa e na hora certa). Semblante sereno; fazer transparecer a esperança.
5)     Comunicação: passar um bom conteúdo em pouco tempo. Dar uma palavra pessoal, que venha da própria experiência ou da comunidade. Manter a dinâmica dialogal de encontro entre Deus e a comunidade.
6)     Pode ser interessante usar o livro (Bíblia ou Lecionário) durante a homilia, referindo-se sempre às leituras proclamadas.
7)     Ser criativo/a. Usar símbolos: dos textos bíblicos, da liturgia, da vida cotidiana da comunidade.
8)     Assumir e incorporar as surpresas: intervenção da comunidade, fatos acontecidos na véspera, por exemplo.
9)     No final, deixar um momento de silêncio, para que a Palavra seja acolhida interiormente e se prepare uma resposta, por meio da oração (cf. IELM, n. 28).
10)  Outra possibilidade: antes de iniciar a homilia propriamente dita, deixar um momento para que os participantes repitam uma ou outra frase dos textos bíblicos que os marcou durante a proclamação.
11)    De vez em quando, pensar num breve refrão meditativo, relacionado com a homilia; repeti-lo várias vezes no final da homilia”[10].

Questões para reflexão pessoal ou em grupos

1)       O que mais chamou atenção na leitura do texto? Explique.
2)     O que é a Partilha da Palavra – Homilia? Como ela está sendo realizada na comunidade?
3)      Como melhorar a formação dos homiliastas e ministros da Palavra?


Bibliografia

BUYST, Ione. A Palavra de Deus na liturgia. 3.ed. São Paulo: Paulinas, 2002.

BUYST, Ione. Homilia, partilha da Palavra. São Paulo: Paulinas, 2001.

BUYST, Ione. Presidir a celebração do dia do Senhor. São Paulo: Paulinas, 2004.

CNBB. Animação da Vida Litúrgica no Brasil – elementos de Pastoral Litúrgica. 16.ed. São Paulo: Paulinas, 2001.

CNBB. Liturgia em Mutirão – subsídios para a formação. Brasília: Edições CNBB, 2007.

CNBB. Orientações para a Celebração da Palavra de Deus. 9.ed. São Paulo: Paulinas, 1999.

FRANCISCO. Evangelii Gaudium – A Alegria do Evangelho: sobre o anúncio do Evangelho no mundo atual. 5.ed. São Paulo: Paulus, Edições Loyola, 2015.

MALDONADO, Luis. A Homilia – pregação, liturgia, comunidade. 2.ed. São Paulo: Paulus, 2002.








* Mestre em Teologia Sistemática pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Curriculum Lattes: http://lattes.cnpq.br/9125123556567955. Correio eletrônico: sbardelottiemerson@gmail.com. Autor de Espiritualidade da Libertação Juvenil. São Leopoldo: CEBI, 2015.

[1] CNBB. Liturgia em Mutirão – subsídios para a formação. Brasília: Edições CNBB, 2007, p. 113-114.

[2] BUYST, Ione. A Palavra de Deus na liturgia. 3.ed. São Paulo: Paulinas, 2002, p. 37-38.

[3] CNBB. Liturgia em Mutirão – subsídios para a formação. Brasília: Edições CNBB, 2007, p. 115-116.

[4] BUYST, Ione. Homilia, partilha da Palavra. São Paulo: Paulinas, 2001, p. 5-11.

[5] MALDONADO, Luis. A Homilia – pregação, liturgia, comunidade. 2.ed. São Paulo: Paulus, 2002, p. 6.

[6] BUYST, Ione. Presidir a celebração do dia do Senhor. São Paulo: Paulinas, 2004, p. 42-45.

[7] CNBB. Animação da Vida Litúrgica no Brasil – elementos de Pastoral Litúrgica. 16.ed. São Paulo: Paulinas, 2001, p. 96-97.

[8] CNBB. Orientações para a Celebração da Palavra de Deus. 9.ed. São Paulo: Paulinas, 1999, p. 34-35.

[9] FRANCISCO. Evangelii Gaudium – A Alegria do Evangelho: sobre o anúncio do Evangelho no mundo atual. 5.ed. São Paulo: Paulus, Edições Loyola, 2015, p. 84-86.

[10] BUYST, Ione. Homilia, partilha da Palavra. São Paulo: Paulinas, 2001, p. 44-47.


Arte-Vida de Luís Henrique (MG).