quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

SÓ PRA TE AMAR MAIS UMA VEZ

só pra te amar mais uma vez


é que vou viver muito mais feliz


só pra te amar mais uma vez


é que vou fazer o que não fiz



te abraçar quando o sol chegar

e inundar o nosso ninho de amor

te beijar quando a sua blusa cair

e experimentar todo o seu calor



te pegar no colo e lhe ver sorrir

e voltar a ser uma ingênua criança

te ensaboar quando me abraçar

e ser um só corpo, uma só lembrança



te puxar para juntinho de mim

e dançar um xote até a noite chegar

te mostrar que sou um porto seguro

e mais uma vez te amar...te amar



Emerson Sbardelotti

20 de janeiro de 2011

21:11

*direitos reservados*

FIZ ESSA CANÇÃO

FIZ ESSA CANÇÃO


eu estava quieto no meu canto

eu estava sem saber se sorria

ou se causava espanto

mesmo assim consegui sorrir

enquanto a chuva caia

eu escutava Zeca Baleiro

cantando suas poesias

tudo aquilo tão maneiro

e parti atrás do sonho

de vencer e cantar para o povo

sem perder a humildade e a razão

talvez nem apareça na televisão

e sai todo ensopado

com aquelas cantigas todas

fazendo revolução

na minha cabeça, em meu coração

fiz essa canção

lembrando do seu sorriso

lembrando do quanto te preciso

enfim...nossa canção.



Emerson Sbardelotti


* direitos reservados *

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

ENCANTO

ENCANTO



chegamos de todos os lugares

com sonhos, utopias, aspirações

com um sorriso em cada rosto

com o peito cheio de canções



a vida é o grande desafio

a vida é a grande solução

vermelho é o sangue em nossas veias

de mesma cor as nossas sombras no chão



Emerson Sbardelotti

10.01.2011

Curso de Verão - SP - Tuca/PUC

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

ENTREVISTA COM JOÃO BATISTA LIBÂNIO

ENTREVISTA COM JOÃO BATISTA LIBÂNIO

EM ABRIL DE 2002



João Batista Libânio, padre jesuíta, teólogo, educador e escritor, Belo Horizonte/MG

Esta entrevista foi concedida ao Jornal ESPERANÇA JOVEM, da Pastoral da Juventude, da Paróquia Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Cobilândia, Vila Velha-ES.

Entrevistado por Emerson Sbardelotti Tavares



EMERSON – O que é a Teologia da Libertação? É a única teologia da América Latina? É a melhor?

LIBÂNIO: A Teologia da Libertação é, antes de tudo, uma libertação da Teologia. Ela quer ser uma teologia para a nossa situação e não simples xerox da teologia de outros países. Ao querer ser uma teologia para a América Latina, ela parte dos problemas da América Latina. Ora o maior problema que nós vivemos é a situação de opressão, de exploração das grandes massas populares. E a única maneira de superar uma situação de dominação é lutar pela libertação. Queremos, como cristãos, embarcar nessa luta pela libertação dos pobres, motivados e iluminados pela nossa fé.

A TdL é a teologia que motiva e ilumina o cristão na luta pela libertação. Por isso se chama Teologia da Libertação. Ela não organiza, nem faz a libertação. Isso fazem os homens e mulheres que estão lutando. Ela quer simplesmente ajudar esses homens e mulheres, que são cristãos, a verem o que a sua fé diz sobre tal luta, motivando-a, iluminando-a, criticando-a nos pontos em que possa ter entrado algo de anti-cristão. O papel da TdL é muito importante para sustentar a fé do cristão comprometido. Pois vimos com tristeza no passado muitos cristãos que, ao engajarem-se na luta, perderam a oposição entre fé e política, entre fé e luta libertadora, entre fé e compromisso social. Mostrar isso é uma das maiores tarefas da TdL.

Ela não é a única teologia da América Latina, mas aquela que nasceu aqui e se orienta para a nossa situação. Não se trata de comparar mas de ver sua relevância e pertinência para nossa situação latino-americana.


EMERSON – As CEBs são ainda um fenômeno ou não representam mais um novo jeito de ser Igreja?

LIBÂNIO: As CEBs são ainda verdadeiro jeito de ser Igreja. Mas há vários tipos de CEBs. Há aquelas que amadureceram. Há outras que fraquejaram e outras que desapareceram.
As CEBs têm manifestado uma capacidade criativa no campo da liturgia precisamente lá onde o ministro ordenado não chega regularmente. Elas continuam revelando um compromisso libertador, firme e decidido, sem talvez a aura militante de outras décadas, mas não menos sério e eficiente. Enfim, aí esta a vida das CEBs em sua beleza simples e corajosa.

EMERSON – Num mundo globalizado e globalizante, qual é o cenário de Igreja que sobressai atualmente na América Latina e Brasil?

LIBÂNIO: Predomina ainda na Igreja Católica, o cenário da Instituição. A preocupação interna com sua estrutura ainda é muito acentuada. No entanto, há sinais de um forte sopro carismático que vivifica toda a Igreja e flexibiliza suas instituições. Há crescente apreço à Palavra de Deus, às liturgias da Palavra, ao estudo da fé. E também ainda permanece animador em muitos setores da Igreja um entusiasmo no compromisso com o processo libertador dos pobres.

EMERSON – O que deve representar o estudo da teologia para a PJB? E o que a PJB deve representar para a teologia?

LIBÂNIO: Muito. A teologia é a busca de intelecção de fé. Na idade jovem se é mais exigente quanto as razões para crer. Deixa-se de ser criança que freqüenta a religião pelas mãos dos pais. Agora o jovem anda com suas pernas. Em termos de fé, significa aprofundá-la. E para fazê- lo, nada melhor que a teologia. E, por sua vez, a teologia também deve levar em consideração as perguntas que os/as jovens lhe levantam. Eles/as são como a febre do organismo da sociedade. Revelam a existência da infecção sem talvez apontar para qual ela seja exatamente. E a teologia percebendo tal aviso e alarme mergulha no problema e aprofunda.

EMERSON – Qual a mensagem que o sr. daria para os nossos grupos de base da PJB?

LIBÂNIO: Num mundo de desesperança e desânimo, ser um sinal de coragem e engajamento. Num mundo que só valoriza o presente, acreditar no futuro, forjando utopias. Num mundo hedonista, mostrar que o verdadeiro prazer está na entrega de si aos outros. Num mundo de corrupção política, exercer vigilante controle sobre a administração pública para evitar a malversação dos bens públicos. Num mundo de violência, revelar a liberdade e transparência acolhedora da tolerância e do amor. Enfim, anunciar em palavras e ações que é possível criar uma sociedade alternativa a esta que aí está, começando já no seu meio juvenil o ensaio do mundo futuro de fraternidade, igualdade, acolhida, paz e amor.

EMERSON – Pe. Libânio, nas comemorações de 75 anos de tua existência só temos agradecer a sua valiosa contribuição para o crescimento de nossos jovens, de nossas jovens na caminhada de PJB. Muito obrigado!

Esta entrevista é uma homenagem para GERALDA PROCÓPIO, Secretária das CEBs e do Intereclesial de CEBs em Minas Gerais, na diocese de Itabira/Coronel Fabriciano que recentemente precisou viajar para junto de Deus.

13/11/2003

ENTREVISTA COM JOSÉ COMBLIN

''A Igreja abandonou as classes populares'', afirma José Comblin

José Comblin, um dos criadores da Teologia da Libertação, afirmou que a eleição de João Paulo II e de Bento XVI foi manejada pelo Opus Dei "praticando a chantagem, intimidando os cardeais", e que na América Latina o Papa "é mais divino do que Deus". Comblin, belga que vive no Brasil e acaba de visitar o Chile, país em que esteve exilado em 1972, durante o governo da Unidade Popular, explicou ainda que os teólogos da libertação têm hoje mais de 80 anos e "não apareceu uma nova geração" que desse continuidade a esse pensamento.

A reportagem é do sítio Religión Digital, 05-01-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

"A repressão foi muito forte, terrível, e a ditadura do Papa aqui na América Latina é total e global. Aqui, pode-se criticar Deus, mas não o Papa. O Papa é mais divino do que Deus", asseverou o teólogo.

Segundo Comblin, a Igreja Católica "abandonou as classes populares, salvo os velhos e algumas relíquias do passado".
"Hoje, as universidades e os colégios católicos são para a burguesia. O porvir da América Latina é ser um continente evangélico protestante, salvo sua classe alta. Assim, a Opus Dei e os Legionários de Cristo e todas essas associações que existem de ultradireita vão crescendo nesse setor", opinou, em declarações no Chile à revista El Periodista.
"Onde há um ou dois bispos da Opus Dei no episcopado, intimidam a todos os demais. Os outros ficam calados e só um fala. Esse é um problema de psicologia típico de ditaduras", defendeu.
Segundo Comblin, "foi a Opus Dei que elegeu João Paulo II e o atual, praticando a chantagem, intimidando os cardeais. O próximo Papa será igual porque a Opus Dei tem um poder muito forte".
O teólogo, de 87 anos, defende que Deus está "em La Victoria e em La Legua (dois bairros populares de Santiago) e na prisão, mas de Roma desapareceu há muito tempo".
"Agora, sempre fica mais claro que o problema é o Papa, ou seja, a função do Papa, uma ditadura implacável com muitas formas de doçura e amabilidade, mas implacável", defendeu.
Comblin defendeu que "o porvir do cristianismo está na China, Coreia, Filipinas, Indonésia. Estima-se que só na China há 130 milhões de cristãos martirizados, porque estão praticamente perseguidos".
O teólogo criticou a eventual canonização de João Paulo II porque seu papado "foi catastrófico".
"Todos os que fizeram sua carreira com ele puderam ser cardeais, apesar de sua mediocridade pessoal. Não mereciam nada, mas ele os promoveu. Claro que agora querem canonizá-lo! Uma vez que canonizaram Escrivá, todo mundo sabe que se pode ser santo sem ter virtude alguma", destacou.
Sobre a Opus Dei e os Legionários de Cristo, Comblin afirmou que "têm a confiança da Cúria Romana e depois representam a plena liberdade dada a personalidades que são como os grandes Rockefeller, os conquistadores".
"Como Escrivá de Balaguer, que era um capitalista, o homem que vai triunfar, que vai desfrutar o mundo, que vai ganhar, ser rico, poderoso e que é capaz de criar pessoas totalmente subordinadas, soldados com mentalidade de soldado, esses são todos homens deformados psicologicamente, como são os futuros ditadores", detalhou.
Depois de recordar que do mexicano Marcial Maciel, dos Legionários de Cristo, foi descoberta uma vida paralela e uma fortuna de 50 bilhões de dólares, afirmou que "sua chantagem, sua palavra e sua exigência chegaram aos milionários".
"Hoje, os que trabalharam com ele, seus colaboradores, todos dizem e afirmam que não sabiam nada da vida paralela (de Maciel). Como? Trabalham 40 anos com ele e não sabem de nada, que ele tem uma família, três filhos, que praticou a pedofilia com as crianças, alunos de sua formação, de seus colégios, que tinha um mundo de amantes. Não sabiam de tudo isso? Supõe-se, então, que eles são cúmplices e também têm uma vida paralela".

José Comblin é uma das maiores autoridades em Teologia da Libertação do Continente Americano, tendo escrito muitos livros nas áreas de Teologia Pastoral, Pastoral Urbana, Espiritualidade da Libertação, entre outros.