quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

"ONDE ESTÁ O REI DOS JUDEUS RECÉM-NASCIDO?"

ICJ/ES - INSTITUTO CAPIXABA DE JUVENTUDE / ESTADO DO ESPÍRITO SANTO


NOSSA ESPIRITUALIDADE BÍBLICO-LITÚRGICA
EPIFANIA DO SENHOR – 04.01.2009
“ONDE ESTÁ O REI DOS JUDEUS RECÉM-NASCIDO?”




“Nasceu um menino mais pobrezinho que o de Belém...Não vieram os reis magos, nem veio ninguém...A estrela, quem dera, guiasse o caminho daquele menino como o de Belém!” Reginaldo Veloso (Cd Vida, o Sonho de Deus – Paulus, 2000).

Para início de conversa

A Bíblia nasceu do chão da vida do Povo de Deus, povo este que experimentou Deus em sua história: vida de lutas, vitórias e derrotas. Essas experiências foram contadas, recontadas, cantadas e rezadas. O Evangelho de Mateus (Ano B) nasceu no cotidiano das comunidades espalhadas pelo norte da Galiléia e Síria (talvez, Antioquia) durante a década de 80-90 da Era Comum (E.C.). O autor deste Evangelho deve ter sido um judeu helenista, que cita o Primeiro Testamento (PT), os LXX, e ou fruto de um grande mutirão de autores e autoras; não é possível saber quem foi o redator final dessas experiências, mas o que se pode ser notado é que se trata o Evangelho de comunidades constituídas basicamente de judeus cristãos. Brotou da experiência que os primeiros cristãos fizeram de Jesus vivo, morto e ressuscitado, compreendido à luz do Primeiro Testamento, frente a seus conflitos, medos e esperanças. A base do Evangelho é a missão de Jesus: semear o Reino de Deus entre os seres humanos. As comunidades do norte da Galiléia e Síria eram constituídas de pessoas pobres e exploradas, com a presença marcante de judeus, pois há em todo o Evangelho a importância de mostrar a Lei e em citar o Primeiro Testamento; judeus com mentalidade helenista, isto é, judeus que não estavam presos à Lei e ao Templo, que havia sido destruído por Tito no ano 70 E.C..O Evangelho se preocupa com os estrangeiros e a sua missão dentro e fora da comunidade.

Contextualizando a vida com o Evangelho do Dia do Senhor – Mt 2,1-12

A Festa da Epifania é a retomada do Natal de Jesus celebrando a sua humanidade manifestada a todos os povos, e não apenas ao povo judeu. É o Verbo de Deus presente em todas as pessoas, pastorais, movimentos e grupos que lutam para vencer o racismo e todo tipo de discriminação. É a manifestação de Deus a todos os povos espalhados pelo planeta.
O episódio de hoje está centrado no tema da realeza. De um lado, Herodes, chamado o Grande (37 – 4 a.E.C.), rei da Judéia, um rei estrangeiro, idumeu, amigo nomeado e protegido pelo Senado romano, visto como ilegítimo por parte da população, está cercado dos chefes religiosos de Jerusalém. Herodes e a cidade inteira se agitam com o anúncio de um novo rei. Do outro lado está um recém-nascido, cujas raízes se fincam no poder popular, é o herdeiro do pastoreio de Davi (que começou sua campanha político-militar junto aos descontentes com o reinado de Saul), potencialmente o sucessor legítimo. A salvação não vem de Jerusalém, mas de Belém conforme os textos bíblicos: Mq 5,1 e 2Sm 5,2. Belém era uma aldeia a oito quilômetros ao sul de Jerusalém; dela sairá o pastor que apascentará e defenderá o povo (ovelhas) da ganância e da arrogância dos exploradores (lobos). Para Herodes, Jesus é um rival perigoso e deve ser eliminado.
Pode-se notar que já se desenrola todo o drama da vida de Jesus e de sua missão: os judeus o rejeitam e os pagãos o adoram.
Para indicar o nascimento do menino, o Evangelho fala de uma estrela. Os orientais costumavam dizer que uma estrela especial surgia quando nascia alguém muito importante, especial. Essa presença de Deus conosco – o Emanuel – é ameaça para uns e esperança para outros.
Os magos do oriente, ou astrólogos (astronomia e astrologia não estavam separadas), são conhecedores das tradições e das predições judaicas a respeito do Messias – mashiâh – ungido – acorrem a render homenagem ao presumido herdeiro, tratando-o com o título de “REI DOS JUDEUS”, o mesmo título dado por Pôncio Pilatos a Jesus na cruz. Os magos reconhecem o astro que seguem. Simbolizam as diversas nações, que buscam o Messias. Se dirigem a Jerusalém, centro político-econômico e religioso da Palestina, para pedirem informações, pois, querem homenageá-lo. Ao se colocarem frente à frente, com o testa de ferro de Roma, o império que oprime e marginaliza o povo; Herodes e toda sua corte entram em pânico com a inesperada homenagem ao rei recém-nascido. Os saduceus, fariseus e escribas são convocados para que verifiquem as Escrituras Sagradas e o pavor do rei ilegítimo aumenta. O nascimento deste menino é uma ameaça ao poder instituído e opressor. As comunidades do Evangelho vivem a experiência concreta da perseguição e da exclusão.
Render homenagem para os astrólogos orientais tem o sentido de reconhecer no outro sua dignidade superior; ao contrário de Herodes, em que a expressão é apenas uma ironia perversa, a fim de despistar os visitantes. Eles partem do palácio da morte e chegam à casa e encontram o menino e sua mãe. São guiados por uma estrela, que salienta as intuições mais puras e os anseios mais profundos de qualquer ser humano: paz, justiça, igualdade e fraternidade. Entram na casa (de José), não numa gruta usada como dormitório, não há no texto menção a presença de José. É comum na tradição bíblica, que a mãe do rei ou do herdeiro tenha um papel preponderante. Essa imagem, da mãe com o menino será favorita entre a iconografia cristã. Eles entendem que a salvação vem por meio do pequeno da periferia de Jerusalém. São os primeiros a perceberem isso. O único desejo: adorar este novo poder que nasce do pobre. A alegria que sentem é testemunha de uma longa tradição no Primeiro Testamento.
Os dons ofertados: ouro, incenso e mirra; o que havia de melhor em seus países de origem. Esses dons simbolizam a realeza (ouro), a divindade (incenso) e a paixão (mirra). Estes magos, são símbolos daqueles que aceitam o poder de Deus manifestado em um recém-nascido – Ieshua. O nome Jesus, como se sabe, é simplesmente uma forma latina do nome grego Iesous. Este por sua vez não é originariamente um nome grego, mas a forma grega de um nome hebraico Yehoshua (o Yoshua bíblico) que significa o nome impronunciável de Deus – YHWH. Daí a tradição dar o significado de “YHWH é Salvação ou Deus Salva”. O nome Ieshua é formado de duas partes. A primeira Ye, é a forma abreviada do nome próprio impronunciável hebraico de Deus – YHWH. A segunda, shua, é palavra hebraica que significa amplidão, abertura, salvação; significa então o contrário de estar num aperto, estar em dificuldade; significa estar livre num amplo espaço aberto. O nome Ieshua significa portanto, YHWH é salvação-saúde, a afirmação de que YHWH é a fonte de toda inteireza para os seres humanos, para todas as coisas. Os magos reconhecem tudo isto e se doam ao serviço do Salvador, prostram-se, em seguida põem à disposição do Salvador o melhor do que possuem.
Os presentes trazidos pelos magos expressam seu reconhecimento. Estão na frente do Messias prometido às nações, o pegaram no colo, sorriram, se emocionaram, fizeram orações, cantaram. Sabem que este rei menino será justo e misericordioso, que morrerá por sua prática em favor da vida e será ressuscitado por Deus, e será reconhecido como Filho de Deus.
Não voltam a se encontrar com Herodes, pois, sabem, sentem em seus corações, que o idumeu, em sua ambição e sede de poder procura ardilosamente exterminar a esperança do povo, do mesmo jeito que Saul pretendera fazer com Davi no Primeiro Testamento.
O caminho da salvação no Segundo Testamento (ST), não passa por Jerusalém e não tem nada a ver com Herodes ou com sua corte ou ainda com os dominadores da capital. Os magos voltam por outro caminho, aquele caminho que o discernimento lhes indicou. O sonho que tiveram é a inspiração de que todo poder que oprime impede o nascimento de tudo o que é bom para a vida em comunidade e em sociedade. Ao se desviarem de Herodes, os astrólogos orientais abriram uma nova janela e deixaram uma lição para todos nós: Sonhar um outro mundo novo é possível e é melhor.

A Festa da Epifania do Senhor é a revelação da bondade do Deus que deseja salvar a todos e por isso se faz ser humano. Faço memória de uma frase linda do querido Leonardo Boff, numa assessoria para a Pastoral da Juventude no final da década de 1980, ele dizia: “Deus era tão humano, se fez tão humano, e por ser humano, só poderia ser Deus mesmo...”. Passado tantos anos, começo a entender que o Ieshua de Nazaré, de Belém de Judá, da Nossa América, de Belém do Pará (onde ocorrerá a próxima edição do Fórum Social Mundial), deste Brasil, ainda católico, ainda sofrido, ainda marginalizado, ainda castigado pelo desinteresse político e pelos desmandos contra a vida, só é salvação se a comunidade se posicionar e se decidir a favor desta salvação que é oferecida gratuitamente, que é oferecida sem pedir nada em troca. O Herodes de hoje em dia, ainda persegue e mata, ainda alimenta a sociedade com corrupção e violência, não consegue saciar sua sede e fome de poder, e para se manter em seu trono, o Grande, usa toda a politicagem que está à sua disposição, sem se importar com a dignidade humana, chegando ao ponto de exterminar toda e qualquer forma de vida.
A Festa da Epifania é a chance que nós cristãos temos, para discernir o projeto de vida que pensamos para este novo ano que se inicia. É a chance que temos para abraçar a salvação que bate à porta. É a chance que temos para sermos seres humanos novos e possíveis...sonhadores e felizes.

Emerson Sbardelotti

Autor de O MISTÉRIO E O SOPRO – roteiros para acampamentos juvenis e reuniões de grupos de jovens. Brasília: CPP, 2005.
Autor de UTOPIA POÉTICA. São Leopoldo: CEBI, 2007.
Membro do Grupo de Assessores da Pastoral da Juventude da Arquidiocese de Vitória do Espírito Santo.

Msn: emersonpjbes@hotmail.com
Blog: http://omisterioeautopia.blogspot.com/


Ilustração de Maximino Cerezo Barredo (http://servicioskoinonia.org/cerezo/)

sábado, 13 de dezembro de 2008

VOU FAZER UMA ORAÇÃO

VOU FAZER UMA ORAÇÃO

vou fazer uma oração
pedindo paz e proteção
para todos os seres humanos
para todos os dias do novo ano

vou fazer uma oração
para quem perdeu tudo
perdeu casa, perdeu amores
tudo que era bom e profundo

vou fazer uma oração
pensando no futuro de nossa gente
no presente desta semente
jogada neste chão

no chão da vida nasce o povo de Deus
no Deus da vida nasce o povo dos céus

vou fazer uma oração
pedindo força e harmonia
para quem chorou,
para quem deseja sabedoria

vou fazer uma oração
no momento da despedida
no carinho do abraço
no sorriso da menina

vou fazer uma oração
para consolidar a nossa amizade
para bendizer toda a juventude
caminho de fraternura e verdade

Emerson Sbardelotti
13 de dezembro de 2008
14:08
*direitos reservados*

e depois de uma hora o cantador Lula Barbosa fez uma música linda para esta minha humilde poesia...e o poema ficou assim:

VOU FAZER UMA ORAÇÃO
Letra: Emerson Sbardelotti
Música: Lula Barbosa

vou fazer uma oração
pedindo paz e proteção
para todos os seres humanos
todos os dias do novo ano

vou fazer uma oração
para quem perdeu tudo
perdeu casa, perdeu amores
tudo que era bom e profundo

vou fazer uma oração
pensando no futuro de nossa gente
no presente desta semente
jogada neste chão

no chão da vida nasce o povo de Deus
no Deus da vida nasce o povo dos céus

vou fazer uma oração
pedindo força e harmonia
para quem chorou,
pra quem deseja sabedoria

eu vou fazer uma oração
no momento da despedida
no carinho do abraço
no sorriso da menina

vou fazer uma oração
pra consolidar a nossa amizade
para bendizer toda a juventude
caminho de fraternura e verdade

ouça a música, a voz e o violão de Lula Barbosa neste link
http://www.mp3tube.net/musics/Letra-Emerson-Sbardelotti-Musica-Lula-Barbosa-Vou-fazer-uma-oracao/246863/

abraços musicais
Emerson Sbardelotti


VOY A HACER UNA ORACIÓN
(Emerson Sbardelotti / Lula Barbosa - tradução para o espanhol de Fernando Rubi - Santiago, Chile)

voy a hacer una oración
pidiendo paz y protección
para todos los seres humanos
todos los días del nuevo año

voy a hacer una oración
para quien perdió todo
perdió casa, perdió amores
todo lo que era bueno y profundo

voy a hacer una oración
pensando en el futuro de nuestra gente
en el presente de esta semilla
jugada en este suelo

en el suelo de la vida nace el pueblo de Dios
en el Dios de la vida nace el pueblo de los cielos

voy a hacer una oración
pidiendo fuerza y armonía
para quien lloró
para quien desea sabiduría

yo voy a hacer una oración
en el momento de la despedida
en el cariño del abrazo
en la sonrisa de la niña

voy a hacer una oración
para consolidar nuestra amistad
para bendecir toda la juventud
camino de fraternidad y verdad

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

ALMA POÉTICA

ALMA POÉTICA
o que dizer de uma alma poética
apenas pensar e sentir
apenas olhar para seus olhos
sentir o desejo e sorrir
o que dizer de uma alma poética
quando o amor está em todo lugar
o que dizer de um amor
quando a poesia está na alma a brilhar
você me abraça e eu vôo para fora do mundo
você me espera e sinto todo o encanto
de ser apenas um poeta lhe escrevendo
palavras simples e diretas...sinceras
o que dizer para uma alma poética
que insiste em viver seus dias
como se fossem os primeiros
há tempo para se chegar ao final
o que dizer para uma alma poética
quando o beijo principal é aquele da testa
o que dizer para um beijo
quando a alma é apenas o que é...singela
Emerson Sbardelotti
13 de dezembro de 2008
02:07
*direitos reservados*

terça-feira, 25 de novembro de 2008

ESTOU ILHADO

ESTOU ILHADO

a chuva caiu
a maré encheu
o vento soprou
e o rato correu

uma tsunami se aproxima
pessoas pulam dentro do valão
você pode até pensar que é brincadeira
estragos assim não tem solução

o meu bairro está um caos
quanto mais eu rezo mais assombração
a galera sai de barco
sofre toda a população

que vota em toda eleição
esperando alguma mudança
mas a casa cai e o choro vem
só deu para salvar a criança

estou ilhado dentro de casa
uma água fedida insiste em entrar
não adiantam os sacos de areia
agora é ver a chuva cair e chorar

amanhã se der sol
eu volto a trabalhar
as feridas vão aparecer
outras irão se espalhar

estou ilhado
e só restou fotografar
certas desgraças não bastam
é o fim que está por chegar

Emerson Sbardelotti
26 de novembro de 2008
01:00
*direitos reservados*

CABELOS

CABELOS
(para Luciana Spedo)


cabelos vermelhos
cabelos de fogo
você acreditou no perigo
e agora tudo de novo

você sabia daqueles sorrisos
você sabia daquelas lágrimas
a vida sempre indica o caminho
no chão dos nossos dias, as pegadas

cantar por acreditar no amor
cantar por querer espantar a dor
você já viu o quanto é bom estar feliz
você já sentiu o quanto é bom ser feliz


cabelos de fogo
cabelos vermelhos
você acreditou na alegria
e se viu no espelho

cada retrato, cada canção
cada abraço, uma paixão
e a cantoria continua
sempre uma nova emoção

Emerson Sbardelotti
25 de novembro de 2008
23:42
*direitos reservados*

domingo, 2 de novembro de 2008

VIDA DE CANTADOR

VIDA DE CANTADOR
(Emerson Sbardelotti)


dizem que além do horizonte
o vento sopra sem cessar
e digo que aqui, dentro do coração
a Palavra ecoa sem parar
no silêncio escuto a Deus
e sinto todo o meu ser falar
na harmonia com a Terra
uma paz inquieta a brotar


E NO CAMINHO FAÇO A MISSÃO
FAZENDO E DEIXANDO AMIGOS
CHORANDO, ABRAÇANDO E SORRINDO
E POR NÃO ESTAR SOZINHO
VOU ENFRENTANDO OS PERIGOS
E POR CARREGAR A MINHA CRUZ
VOU SEGUINDO JESUS

dizem que ser profeta
é não se calar
e lembro de Hélder, Paulo e Pedro
do barulho e da mansidão no olhar
e por ser poeta menor
humildemente cantando vou
histórias da cidade e do interior
histórias de vida de um cantador


04 de dezembro de 2003

*direitos reservados*

MAS EU DIGO NÃO

MAS EU DIGO NÃO

Nosso amor não tem nexo

nosso amor não tem complexo

só não me venha falar das suas dores

só não me venha falar dos seus amores

perdidos num copo de cerveja

perdidos num licor sem cereja

você já ouviu a nossa música hoje

você já se viu no espelho hoje

toda descabelada, toda maltratada

ficou a noite toda curtindo na balada

e agora vem com essa cara deslavada

implorar a minha atenção...mas eu digo não

já cansei de ser amigo, de ser divã e confessionário

já vi os outros chegando e eu pagando uma de otário

vá curtir a sua fossa com a turma que você tanto gosta

Rita Lee está certíssima: tudo vira bosta

não me venha falar dos seus amores

eu já tenho as minhas e não preciso das suas dores

se a volta não foi boa, a ida nunca irá prestar

todo caminho aponta onde se quer chegar


Emerson Sbardelotti

01 de novembro de 2008

13:39

*direitos reservados*

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

ESPELHOS QUEBRADOS

ESPELHOS QUEBRADOS

O amor não escolhe lugar

Não escolhe a minha ou a sua razão

Amor sem razão não dá

Você ainda pode sonhar já diria a canção

Vi tantos caminhos tortos

Que cheguei à finita e imediata conclusão

Deus ainda escreve certo

Você ainda pode chegar se tiver tesão

Se tiver tesão baby...ah...ele será a salvação

Para seus problemas vadios e aqueles do coração

Mas se não se despir de tudo que lhe faz cair

Nunca saberá gozar o todo e no fim sorrir

Eu já não canto somente por cantar

Já passei da fase de dar boa noite e ir me deitar

Depois de um dia andando debaixo de chuva

Você sabe escolher entre o vinho e a uva

Espelhos quebrados mostram uma imagem

Despedaçada, estraçalhada, partes do todo

Do tudo e do nada, um horizonte perdido

A volta do Barão ou a balada do louco

O amor não escolhe ninguém

Não escolhe a sua ou a minha emoção

Amor sem emoção não dá

Você ainda pode chegar se tiver tesão

E juntamos os cacos pelo chão

E juntamos as lágrimas nas mãos

E juntamos abraços e beijos

Já sem nenhuma bendita ou maldita razão

Eu já não sei cantar aquela canção

Eu já nem quero mais saber do violão

Que embalou nossos sonhos e ingenuidades

O paraíso deve estar do outro lado da cidade

O inferno você sente, você sabe

Nos espelhos quebrados as imagens

Nas imagens as vantagens e desvantagens

No inverno você sente, você sabe


Emerson Sbardelotti

12 de outubro de 2008

23:19

*direitos reservados*

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

O TREM DA VIDA

O TREM DA VIDA

eu já pedi perdão mesmo quando você errou
eu já errei mesmo quando você me perdoou
mas os caminhos já não são estreitos
e as pedras não furam os pés
só se pode ser aquilo que é
eu já abri meu coração para amores vadios
vadio, eu sofri sem o seu coração arredio
mas os caminhos já não são distantes
as voltas e as retas mostram onde chegar
e quando é que vou parar...parar...
problemas são o que facilmente se pode criar
soluções nem sempre se consegue alcançar
mas estamos aí, estamos aqui, estamos lá
o mundo não pára para você entrar
se perder o trem da vida a pé irá ficar
baby, o mundo não é cinza, o mundo é azul
eu escrevi uma frase agora sem saber se a tinha vivido
eu cantei o que antes era apenas um gemido
baby, o mundo é azul, o mundo não é cinza
só a vida mostra o que nenhuma escola ensina

Emerson Sbardelotti
02 de outubro de 2008
22:24
* direitos reservados *

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

EU SOU DO SERTÃO

EU SOU DO SERTÃO

Eu venho de lá, eu venho do sertão
Me queira bem meu senhor
Minha pele sapecada de sol
Mostra quem eu sou

Meu Padim Ciço, Meu Frei Damião
Abençoem os caminhos por onde passo
Me protejam das emboscadas
E façam mais bonita a minha canção

Digo adeus a Rosinha minha amada
Digo adeus ao céu deste meu coração
Eu sou um pobre vaqueiro
Chapéu de couro e gibão

Vou seguindo o curso do Velho Chico
Pra chegar mais depressa ao mar
Os versos do Patativa
Graças a Deus eu sei cantar

Vou olhando tanta terra
Nas mãos de tão poucas pessoas
Vou olhando a fome que mata
Ninguém merece sofrer à toa

E vou aboiando para esquecer
As dores que trago na alma
Se a ida não for boa
Nada me restará na volta

E vou apeando da minha mula
Tocando a viola pra relembrar
Espantar as amarguras
Ouvindo uma sanfona sob a luz da lua

Mas tenho esperança na vida
Sou valente, batalhador
Sertanejo não falha no trato
Já dizia Seu Luiz com muito amor

Meu Padim Ciço, Meu Frei Damião
Eu sou um pobre vaqueiro
Queimado de sol a sol
Eu sou do sertão

Emerson Sbardelotti
26 de setembro de 2008
01:41
* direitos reservados*

FOTO DE AMIGOS DO BEM

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

POR QUE VOCÊ NÃO VEM?

POR QUE VOCÊ NÃO VEM?

Emerson Sbardelotti / Kátia Brinco / Jackes Brinco

quando você olha,
quando você beija
quando você anda
eu me apaixono
quando você chora,
quando você sorri
quando você chama,
uma chama arde em mim
o que vou fazer se você não vê
fico aqui pensando,
tentando encontrar
um jeito,
uma maneira de te reconquistar
ensaio no espelho palavras sem sentido
imagens de um passado sempre se repetindo
o que vou falar,
como vou chegar
o que vou te dizer,
por que você não vem
vem, vem pra mim


FOTO DE JULIANA SCHWAMBACH

domingo, 14 de setembro de 2008

SOBRE O SHOW

BANDA UTÓPICOS URBANOS, fez o seu show de estréia no BarrAcústico, Barra do Jucu, Vila Velha/ES, no dia 13 de setembro de 2008, para uma galera animada, que empolgada, cantou todos os sucessos do Barão Vermelho, a banda homenageada no projeto BARRA COVER.
Agradeço em nome da banda a todos, a todas que compareceram.

Saudações musicais.


Emerson Sbardelotti

vocalista da Banda Utópicos Urbanos

terça-feira, 26 de agosto de 2008

NADA SEI (BLUES PARA UM VELHO RABUGENTO)

NADA SEI(BLUES PARA UM VELHO RABUGENTO)
eu cansei de ser o cara certinho
eu cansei de ser o cara bonzinho
eu cansei de estender a mão
e ganhar apenas um tapinha no ombro
eu já não me assombro
mas já não quero ser apenas um amigo
do seu peito o amigo
é um saco ser um amigo de fé
que lhe faz sorrir
que só sirva para lhe ouvir
que esteja no momento de enxugar as suas lágrimas
sinceramente
eu quero que você se dane
vá curar o seu chifre com quem te compre
vá curar sua loucura do outro lado da rua
não sou padre
não sou confessionári
não sou psicólogo
muito menos sou divã
eu já cansei do seu agora
quero viver o meu amanhã
cuidando apenas de mim
poeticamente egoísta
egoísticamente poeta
sem culpa e sem pressa
vão dizer que preciso me conhecer
preciso entender que tudo passa
abri mão de minha vida por me preocupar com os outros
no final da vida...sozinho...
sempre vem uma pontinha de desgosto
seu beijo eu nunca terei
seu abraço nunca poderei lembrar
pois nada tenho de você
na rabugem musical dos meus dias
pensei ainda obter a chance de lhe ter neste blues
mas só sei aquilo que sei
ou melhor
nada sei

Emerson Sbardelotti
26 de agosto de 2008
18:20
*direitos reservados*

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

SE EU LHE FIZER SORRIR


SE EU LHE FIZER SORRIR

eu apenas queria cantar uma canção antiga
uma canção bonita o suficiente
para arrancar do teu peito esta dor
uma canção que lhe fale do amor

uma canção que lhe inunda de prazer
e que lhe faça voltar a ser aprendiz
seu olhar e seu sorriso tudo diz
o quanto é belo o seu ser mulher


eu queria que você me visse cantando
aquela canção que antes lhe dediquei
para saber que eu me repeti
para não ver o seu partir

cheia de indagações ao meu respeito
curiosidades que só sabe quem me experimenta
você é uma menina especial
a mulher do meu poema

que um dia virará uma outra canção bonita
mais antiga que as minhas mãos nos seus cabelos
tão perdidamente melodiosa como o seu sorriso
você encontrou sem querer em mim o paraíso

mas eu sou apenas um poeta que inventa poemas
sem versos e rimas fortes ou com tamanha sorte
que você irá ler e irá pensar por instantes em mim
se eu lhe fizer sorrir...estarei feliz

Emerson Sbardelotti
22 de agosto de 2008
00:16
*direitos reservados*

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

JEEP VELHO

JEEP VELHO

comprei um jeep velho
para correr por estradas novas
enfrentei estradas novas
para vencer velhos desafios

comprei um jeep velho
e um disco antigo do B.B. King
dizem que deixo um rastro onde passo
talvez seja por causa das músicas do Sergio Sampaio


eu vou seguindo com um sorriso tímido
mas com uma vontade fatal e infinita
de abraçar e chorar com quem me ama
de fazer a vida cada dia mais bonita

comprei um jeep velho
e me chamaram de antiga
mas sou feliz assim
que assim prossiga


Emerson Sbardelotti
20 de agosto de 2008
14:29
* direitos reservados *

terça-feira, 19 de agosto de 2008

CAROLINA

CAROLINA

eu lhe conheci
tentando ir a um show
o show da vida é agora
e conversamos pela internet
sobre poesia e romance

eu lhe entendi
quando me pediu um poema
dizendo que preciso valorizar
o produto capixaba
sem esquecer os passos pelo mundo

eu me perdi
nestes olhos maravilhosos
como o sol surgindo por trás da cortina
eu me extasiei no seu falar
é você, menina linda, Carolina

Emerson Sbardelotti

sábado, 16 de agosto de 2008

A FOTO

A FOTO

quanto tempo faz que tirei essa foto

nem mesmo eu sei

só sinto no meu peito a antiga vontade

vontade única de viver

viver sempre bem

comigo e com os outros

o mundo está aos meus pés

mas eu sou parte maravilhosa do mundo

pois amo demais

pois sonho muito mais

com dias e noites

sempre cheios de paz.


Emerson Sbardelotti

24 de maio de 2007

14:07

*direitos reservados*

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

MEU ZAMOR

MEU ZAMOR

meu zamor, meu zamor

ai que saudade d'ocê

meu zamor, meu zamor

como é bom amar você

é no toque da sanfona

é no acorde do violão

vou fazer uma serenata

pra alegrar teu coração

pra alegrar meu coração

preciso de um abraço teu

pra viver feliz todo dia

e depressa encontrar o céu

a distância não impede

que eu lhe cante uma canção

que lhe faça ficar comigo

mesmo sendo na imaginação


Emerson Sbardelotti

30 de março de 2007

11:49

* direitos reservados *

sábado, 9 de agosto de 2008

O ALCANCE DAS TUAS MÃOS

O ALCANCE DAS TUAS MÃOS

meu passado
tem recordações futuras
meu futuro
tem ideologias presentes
meu presente
não passa da minha própria vida
que eu levo aos poucos
e aos muitos também
escolhi a frase certa
no momento mais inconveniente
escolhi a bebida mais gelada
para tomar sob o sol quente
quis evitar a sua aproximação
o alcance das tuas mãos

minhas ideologias são construtivas
o seu deslize me faz bem
acredito na perdição
respeito tua maldição
quis evitar a tua aproximação
o alcance das tuas mãos

escolhi a tua face para depositar
o meu beijo
você se escondeu e eu te achei
é...você me ama
eu não recrimino mais...a tua aparição


Emerson Sbardelotti
03.03.1989
*direitos reservados *

ROTEIRO DE ENCONTRO 2

Este roteiro é para os grupos de jovens que irão preparar a Liturgia do Pré-DNJ. É apenas uma sugestão e deve ser alterada conforme a realidade do grupo e o Tempo Litúrgico.

OFÍCIO DIVINO DA JUVENTUDE (*)

Lançamento do Subsídio do Dia Nacional da Juventude – Pastoral da Juventude da Arquidiocese de Vitória do Espírito Santo – 21 de setembro de 2008.
Tema: Juventude e os Meios de Comunicação.
Lema: Queremos pautar as razões do nosso viver.

1. CHEGADA- Abrirei meus lábios num canto de amor. (bis)
Ao Deus da plena vida o meu louvor! (bis)
- Abrirei meus braços e o meu coração (bis)
Pra te acolher ó minha irmã! Ó meu irmão! (bis)
- Glória seja ao Pai e ao Filho, nosso bem! (bis)
Glória ao Divino Espírito amém! (bis)

2. ABERTURA- Venham, ó nações, ao Senhor cantar! (bis)
Ao Deus do universo venham festejar! (bis)
- Seu amor por nós, firme para sempre, (bis)
Sua fidelidade dura eternamente! (bis)
- Índios desta terra, índias a cantar! (bis)
Tribos de todo o mundo, venham celebrar! (bis)
- Venha, ó povo negro, ao Senhor dançar! (bis)
Quilombos e terreiros, venham festejar! (bis)
- Queremos pautar as razões do nosso viver! (bis)
Juventude unida, vamos bendizer! (bis)
- Ó irmãs mulheres, venham adorar, (bis)
Ao Deus ternura e força vamos festejar! (bis)
- Povo em romaria, povo peregrino, (bis)
Da terra prometida cante alegre hino. (bis)
- Glória ao Pai e ao Filho e ao Santo Espírito. (bis)
Glória à Trindade santa, glória ao Deus bendito! (bis)
- Aleluia, irmãs, aleluia, irmãos, (bis)
Do povo em caminhada a Deus louvação! (bis)
- Vem, ó Santo Espírito, iluminar, (bis)
Este nosso encontro vem abençoar. (bis)

3. RECORDAÇÃO DA VIDA

4. HINO
A nós descei, divina luz! (bis)
Em nossas almas acendei o amor, o amor de Jesus! (bis)

1. Vinde, Santo Espírito, e do céu mandai
Luminoso raio, luminoso raio!
Vinde, pai dos pobres, doador dos dons,
Luz dos corações, luz dos corações!
Grande defensor, em nós habitai,
E nos confortai, e nos confortai!
Na fadiga pouso, no ardor brandura,
E na dor ternura, e na dor ternura!
2. Ó luz venturosa, divinais clarões,
Encham os corações, encham os corações!
Sem um tal poder, em qualquer vivente
Nada há de inocente, nada há de inocente!
Lavai o impuro e regai o seco,
Sarai o enfermo, sarai o enfermo!
Dobrai a dureza, aquecei o frio,
Livrai do desvio, livrai do desvio!
3. Aos fiéis, que oram com vibrantes sons,
Dai os sete dons, dai os sete dons!
Dai virtude e prêmio e no fim dos dias
Eterna alegria, eterna alegria!
Aleluia! Aleluia! Aleluia! (bis)

5. SALMO 133 (132)“Se vocês tiverem amor uns para com os outros, todos reconhecerão que você são meus discípulos” (Jo 13,35).
Neste salmo, inspirado numa velha canção, cantemos a alegria da fraternidade e bendigamos a Deus pela nossa comunhão.

Oi, que prazer, que alegria o nosso encontro de irmãos! (bis)
1. É óleo que nos consagra,
Que ungiu teu servo Aarão.
- É como um banho perfumado,
Gostosa é a nossa união!
2. Orvalho de alta montanha
Que desce sobre Sião.
- Sereno da madrugada
Gostosa é a nossa união!
3. Senhor, tu nos abençoas,
E a vida vem de porção.
- É vida que dura sempre,
Gostosa é a nossa união!
4. Ao Deus de todas as crenças
A glória e a louvação.
- No amor da Santa Trindade,
Gostosa é a nossa união!

6. LEITURA BÍBLICA
Leitura do Evangelho do dia ou as leituras sugeridas no Subsídio.
7. PRECESPreces espontâneas…
Todos: Sol da justiça, ilumina teu povo.

Pai Nosso Ecumênico

Oremos:Ó Deus, Mãe de sabedoria, derrama sobre nós a luz do teu Espírito. Inspira nossas palavras e conduze nossas ações, para que neste encontro tudo comece e termine em teu nome e se realize pelo teu Reino. Por Cristo, nosso Senhor. Amém!

8. BÊNÇÃOO Deus da vida nos dê a graça de vivermos em comunhão e no serviço do seu povo. Que ele derrame sobre nós o seu Axé, o seu Awerê, agora e sempre. Amém!

(*) Inspirado no OFÍCIO DIVINO DAS COMUNIDADES. São Paulo: Paulus, 11a. edição, 1994.

Emerson Sbardelotti.

COLHENDO FLORES

COLHENDO FLORES

eu quis cantar aquela canção antiga
eu quis lhe dar o meu coração
você partiu sem dizer para onde ia
fiquei sem chão, sem guia
na fila do ponto de ônibus
mulheres lindas passam e sorriem
eu nunca pude lhe dizer
do prazer em ser seu homem
mas o tempo faz a gente esquecer
as dores, o choro e os amores
o tempo é sábio
ainda irá me encontrar colhendo flores
naquele jardim preparado para nós
com árvores tantas, frutas diversas
eu fui ao fundo do poço
mesmo assim fui à festa
para lhe encontrar

Emerson Sbardelotti Tavares
02 de janeiro de 2007
15:32
* direitos reservados *

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

EU PRECISO

EU PRECISO...

eu preciso do seu sorriso
pois assim me sinto mais feliz
eu preciso do seu olhar
pois assim faço um país
eu preciso da sua força
pois assim me sinto em um jardim
de esperança e paz
de ternura e fraternidade
seres humanos
humanos de verdade
cada dia um dia melhor
no campo e na cidade
eu preciso do seu abraço
pois assim me sinto protegido
eu preciso do seu cansaço
pois assim durmo tranquilo
eu preciso da sua fé
pois assim me sinto abençoado
cada um de nós é um rio
e o rio corre para o mar
e o mar é a imensidão
das palavras e dos atos
que estão no coração
do violeiro e do cantador

Emerson Sbardelotti
30 de outubro de 2006
10:45
*direitos reservados*

AH...O AMOR...

AH...O AMOR...

letra: Emerson Sbardelotti

música: Caio Rafael

quando você se guarda para alguém
ou algo em que ama e acredita
é tudo muito diferente
eu aprendi que o legal é fazer amor
ah o amor
essas marcas ficam guardadas na carne
no cheiro
na alma
nos sonhos
e na respiração
não perdi o meu desejo...
mas não é um poema
mas pode ser
se você quiser
eu vou escrever ele aqui então
para que seja o seu poema
a chave do meu coração

UM POUCO MAIS FELIZ

UM POUCO MAIS FELIZ

Ninguém me leva
se eu não desejar
ninguém é ninguém
mesmo sabendo onde se está
ontem eu sai
hoje não vou voltar
mesmo na distância
ainda há tempo para um olhar
e quando o sol chegar
e o seu rosto encontrar
serei um pouco mais feliz
terei paz e um jardim
ninguém me leva se eu não desejar
mas há sempre um alguém
onde não se pensa estar
amanhã chegarei
sem saber se vou ficar
aprendi na distância
ainda há tempo para um olhar


Emerson Sbardelotti
16 de novembro de 2006
20:11
* direitos reservados *

ESSA MULHER

ESSA MULHER



essa mulher
que conheci a um dia
a um mês
a um ano
por toda minha vida
tem me consumido
com o seu perfume
com a sua libido


essa mulher
que conhece o meu ser
que preenche o meu viver
com sonhos
com sorrisos
com aventuras
e desafios
já não me deixa perdido

essa mulher
que me absorve
para dentro de si
que me comove
com gemidos
com amor
com delírios
com o suor

essa mulher
que trabalha
que constrói
seus dias
luta e sonha
aprende e ensina
que busca o auge
ainda menina

essa mulher
que escreve
o seu nome na história
sabe muito bem
que chegou a hora
de amar e se entregar
eu pareço um menino
construindo o destino

Emerson Sbardelotti
29 de maio de 2008
16:04
*direitos reservados*

domingo, 3 de agosto de 2008

HOMENAGEM

HOMENAGEM

Hoje a noite eu vou cantar
o bom e velho rock'n'roll
vou ver as meninas dançando
e pensando aquelas coisas

é o som pesado da guitarra
são as batidas da bateria
e dos nossos corações
acompanhadas pelos violões
e homenagear
kavernistas e balaios
Marceleza, Raul e Sampaio
e homenagear
o rock por essas bandas
afinal...esse som maravilhoso
"não adestra macaco"!

E pode ficar de saco cheio
pois eu vou berrar
até o dia raiar
eu vou cantar não só por cantar

mas por acreditar
que a mensagem chegou
e que o show não acabou
e que o ensaio vai começar...

Emerson Sbardelotti Tavares
19 de agosto de 2006
15:47
* direitos reservados *

RAUZITO SEIXAS, A CANÇÃO!

RAULZITO SEIXAS, A CANÇÃO !

Em 21 de agosto de 1989,
você se foi meu amigo.
faz tempo e o que ficou?
a beleza do maluco não passou!
lembro-me que no palco,
era um ator-cientista:
matando os fantasmas
e coisas que o assustavam.

Anarkinópolis é logo ali!
Na lei da vida é o cowboy,
movido à álcool e a baião...
Carpinteiro do rock...
Raulzito Seixas, a canção!

E do baú das emoções:
a lucidez é barra
mais pesada do que a loucura...
é a felicidade nos corações.
eu aprendi com você
a enfrentar todos os meus grilos,
a cada dia, carimbando,
minhas metamorfoses e desafios.

saudade dói demais
mas vou tocando o rock'n'roll
com paz e a guitarra na mão.
Raul, o sonho ainda não acabou!

Emerson Sbardelotti Tavares
21 de agosto de 2006
13:30
* direitos reservados *
> com saudades do Maluco Beleza, Raul (Raulzito) Seixas...passado 17 anos quando pegou um disco voador e se mandou... <

QUEM INVENTOU O AMOR

QUEM INVENTOU O AMOR
(para Karla Fioravante)

quem inventou o amor
estava olhando para os seus olhos
quem inventou o amor
estava olhando o seu sorriso
e sabia que no abraço
você faria alcançar o infinito
e fazer o mundo mais bonito

quem inventou o amor
ouviu você cantar naquela manhã
quem inventou o amor
sentiu o seu perfume de maçã
quem inventou o amor
sabia que o amor seria assim
flores se abrindo no jardim


quem inventou o amor
sabia que haveria choro
quem inventou o amor
sabia que haveria dor
quem inventou o amor
entendeu que sozinho
fica mais difícil o caminho


Emerson Sbardelotti Tavares
21 de dezembro de 2007
19:51
*direitos reservados*

SONETO DOS ABRAÇOS ANTES DO FIM

SONETO DOS ABRAÇOS ANTES DO FIM
(enquanto ouço a voz de Karla Fioravante)


vou fazer uma canção e se ela for cantar
sentirei no peito
aquela emoção
abrir os braços e voar

deixar as lágrimas cairem
arrancar do peito
as unhas do rancor
abrir os braços para o amor que vem

abrir um largo sorriso e lhe acolher
na canção que virá e então
caminharemos juntos pelo jardim


nestas estradas todas, tantas
plantar novos abraços
antes do fim


Emerson Sbardelotti Tavares
23 de novembro de 2007
17:37
* direitos reservados *

sábado, 2 de agosto de 2008

SEXO OPOSTO

SEXO OPOSTO


se eu vou falar de sexo, gostaria de fazê-lo
com a mulher ideal: inteligente e independente
se eu vou falar de amor, gostaria de fazê-lo
com a mulher ideal: a que questiona e é "caliente"

o sexo oposto sangra, mas quem nunca sangrou por amor
o cheiro do sexo oposto é perfume para o meu tesão
o sexo oposto não é frágil, mas adora um carinho

o sexo oposto é lindo como os acordes do meu violão

se eu vou falar de sexo, que seja agora e não depois
se eu vou falar de amor, que não seja apenas o feijão com arroz
o sexo oposto é o sol que não se cobre com a peneira
a gente passa a vida inteira procurando uma companheira

o sexo oposto não é imposto ou taxa, nem aquisição
o sexo oposto completa o que falta de sentimento na razão
o sexo oposto não é o fim
mas o início de uma linda canção

se eu for cantar o teu sexo, cantarei com todo amor
se eu for cantar o teu amor, cantarei com muito calor
tudo no sexo oposto é lúdico e fascinação
nossos corpos, nossas almas: fruto da divina criação


Emerson Sbardelotti
2 de agosto de 2008
22:29
*direitos reservados*

quarta-feira, 30 de julho de 2008

ROTEIRO DE ENCONTRO 1

Este roteiro de encontro foi elaborado para uma assessoria que fiz para coordenadores de grupos de jovens de Alfredo Chaves, no ano de 2003.

A PRÁTICA LIBERTADORA DE JESUS

UMA TENTATIVA DE DESCOBRIR NOSSAS ORIGENS:
1.1. Levantamento da história do grupo de base.
1.2. Cada participante fala o que sabe das suas origens, dos seus antepassados.
1.3. Quem é você e como chegou até aqui?

INTRODUÇÃO:
2.1. Quem é Jesus para Marcos, Mateus, Lucas e João?
2.2. Como Jesus é apresentado para nós?
2.3. Um novo jeito de entender a terra,o povo e a proposta de Jesus.
2.4. CHAVE DE LEITURA:
· Jesus se apresenta com sua mensagem ao povo.
· Jesus se coloca ao lado dos excluídos do sistema.
· Jesus nega e combate as divisões criadas pelos seres humanos.
· Jesus combate os males que estragam a vida humana.
· Jesus desmascara a falsidade dos grandes.
· Jesus propõe uma nova ordem.
· Obediente até a morte, Jesus revela o rosto do Pai.

AS MULHERES E JESUS DE NAZARÉ – Mc 7, 24-30 e Lc 15,8-10
3.1. Recontar e memorizar os textos.
3.2. Comentar qual a relação JUDEUS X GENTIOS?
3.3. Como apresentar os textos na plenária?

JESUS E A RELIGIÃO – Mt 21, 23-46 e Mc 12,13-17
4.1. Recontar e memorizar os textos.
4.2. Comentar a relação JESUS X SADUCEUS X FARISEUS!
4.3. Como apresentar os textos na plenária?

JESUS E O TEMPLO – Jo 10, 22-39 e Mc 11, 15-17
5.1. Recontar e memorizar os textos.
5.2. Qual é o posicionamento de Jesus em relação ao Templo? É opressão ou salvação?
5.3. Como apresentar os textos na plenária?

JESUS E OUTROS GRUPOS SOCIAIS – Mc 2, 13-17 e Lc 10, 25-37
6.1. Recontar e memorizar os textos.
6.2. Em que sentido o sacerdote e o levita satisfazem sua própria consciência mas não amam a verdade?
6.3. Hoje em dia os “pecadores” são discriminados? A quem discriminamos? Por quê discriminamos?
6.4. Como apresentar os textos na plenária?

JESUS E OS DISCÍPULOS – Mc 4, 27-38 e Jô 13, 1-20
7.1. Recontar e memorizar os textos.
7.2. Qual a relação JESUS X DISCÍPULOS/AS?
7.3. Como apresentar os textos na plenária?

QUESTÕES REFERENTES À TODOS OS GRUPOS DE TRABALHO:

A) Como os textos estudados ajudam a compreender a nossa realidade hoje?
B) Quem somos? Quem sou?
C) De onde viemos? De onde vim?
D) Qual a nossa identidade? Qual é a minha identidade?
E) Que mensagem libertadora podemos/posso tirar desse estudo?

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA:

· BÍBLIA DO PEREGRINO, Paulus, 2003.
· BÍBLIA DE JERUSALÉM, Paulus, 2003.
· TEB, Loyola, 1996.
· A PRÁTICA LIBERTADORA DE JESUS, Carlos Mesters, CEBI
· COM JESUS NA CONTRAMÃO, Carlos Mesters, Paulinas
· JESUS SEGUNDO O JUDAÍSMO, Vários, Paulus, 2002
· COMO LER OS EVANGELHOS, Paulus
· JESUS, SUA TERRA, SEU POVO, SUA PROPOSTA,ACO, 1988

Emerson Sbardelotti
Mestre em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

* foto de Valcey Capixaba *

BÍBLIA E LITURGIA: REFLEXÕES DA CAMINHADA VIII

BÍBLIA E LITURGIA: REFLEXÕES DA CAMINHADA VIII

"Hoje nasceu para vós na cidade de Davi o Salvador, o Messias e Senhor. Isto vos servirá de sinal: Encontrareis um menino envolto em panos e deitado numa manjedoura" (Lc 2,11-12)


Eis o grande milagre de Deus: a sua Encarnação/Ressurreição no meio de nós!
Tão simples assim, tão humano assim, só poderia ser Deus!
Qual é a nossa surpresa hoje, quando refletimos sobre a Encarnação/Ressurreição de Deus no meio de nós?
Outra pergunta: o que sinto de mais profundo neste fato, que queima e acende novas e velhas esperanças caladas dentro do peito?
E em você minha jovem, meu jovem?
Neste tempo litúrgico,a esperança brota do coração da(o) jovem que acredita que o mistério da encarnação do Verbo, e sua inculturação neste chão latino-americano, em toda a humanidade, deve ser celebrado como sacramento pascal.
É vida e alegria!
É o compromisso com a liberdade do povo, a liberdade que Jesus veio estabelecer.
No passado, o 25 de dezembro, era uma festa romana, portanto pagã, ao "sol invencível", que recebeu novo sentido: celebrar a memória da natividade de Jesus, o Cristo, "SOL DA JUSTIÇA"!
E como estão nossas crianças? Possuem ao menos uma manjedoura? E o que fazemos para mudar tal realidade?
Na maioria das vezes apenas falamos e escrevemos, o papel tudo aceita, e o que entra por um ouvido costuma sair pelo outro.
Nos preocupamos com a festa, os presentes e o local para colocarmos o presépio...Mas, isto é tudo?
Encontramos pessoas, que participam de comunidade, de grupos diversos, que não acreditam que o Filho de Deus fosse tão pobre assim, mas os evangelistas se preocupam, no nosso caso, Lucas, o grego, o médico, o companheiro de Paulo em sua segunda viagem missionária, em escrever aquilo que ouviram/ouviu das primeiras testemunhas.
É claro, que ligar Jesus à cidade de Davi, é assegurar a renovação da Aliança entre Deus e o seres humanos, é o cumprimento das Escrituras!
Se fez humilde, simples e jovial.
Se fez pobre, se fez ser humano.
É lembrar das palavras de Leonardo Boff, em sua obra - NATAL: A HUMANIDADE E A JOVIALIDADE DE NOSSO DEUS - Vozes, 1976: " O Natal revela o projeto que Deus se propusera a si mesmo. Deus quis comunicar-se de forma completa a um outro ser diferente dele. Dignou-se dar-se de presente a alguém. Não quis ficar unicamente Deus. O criador dispôs-se fazer-se também criatura ".
Convido você agora a ler esta obra e a viver em plenitude o Natal.
FELIZ NATAL. A PAZ ESTEJA COM VOCÊS!

Emerson Sbardelotti


Membro do Grupo de Assessores da PJ da Arquidiocese de Vitória do Espírito Santo

BÍBLIA E LITURGIA: REFLEXÕES DA CAMINHADA VII


BÍBLIA E LITURGIA: REFLEXÕES DA CAMINHADA VII


FESTA DE CRISTO REI: JESUS CRISTO, SENHOR DO UNIVERSO


Todos os anos, a Igreja comemora a Festa de Cristo Rei, encerrando assim o Ano Litúrgico e abrindo a casa para a salvação que vem. A Igreja se prepara para o Advento e o Natal do Senhor Jesus.

Na Festa de Cristo Rei, somos chamados, convocados, convidados a partilhar a vitória da justiça que aconteceu na ressurreição de Jesus. A única realeza que brilha é a justiça prometida por Ele, desejada por todo ser humano que luta por direito e por dignidade na vida; justiça, que em nosso Brasil, em nossos Estados, pouco se celebrou neste ano que está por findar...
O Evangelho nos apresenta Jesus como Rei e Juiz Universal, mas emprega a imagem de Pastor para mostrar o Mestre da Justiça, julgando a nós e a história que ajudamos a construir a cada dia.
A solidariedade e a partilha, são sinais da presença salvífica de Jesus no mundo; ser solidário é estar no caminho de transformação, partilhar é cultivar a esperança que insiste em dizer que a vida é viver.
Quem são os irmãos menores de nossas comunidades hoje? De nossa sociedade?
O que estamos fazendo para mudar a situação?
A Festa de Cristo Rei é a festa da vida em comum, da vida digna e fraterna.
Festejar a justiça em comunidade é festejar a vida.
Há um ditado popular que diz: "Em terra de cego, quem tem um olho é rei"...continuamos a pensar assim?
Somos felizes apenas quando levamos vantagem?
Não é este o sentido da Festa de Cristo Rei. O sentido é uma preparação, uma espera para o que virá.
E o que virá?
A Vida, a Vida!

Emerson Sbardelotti 
Mestre em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
BÍBLIA E LITURGIA: REFLEXÕES DA CAMINHADA VI

"Nisso chegaram os discípulos e se maravilharam ao vê-lo falar com uma mulher. Mas ninguém lhe perguntou o que procurava ou por que falava com ela" (Jo 4,27).


Certa vez, lecionando Segundo Testamento, na Escola de Teologia para Leigos(as), da Paróquia Bom Pastor, em Campo Grande, Cariacica/ES, conversávamos sobre "A SITUAÇÃO DA MULHER NO TEMPO DE JESUS".
Eu dizia que a estrutura social era patriarcal, a mulher não tinha direitos. Como mãe, ela era respeitada, reverenciada e bendita por seus filhos homens, pois são presentes e bênção de YHWH.
No tempo de Jesus a mulher judia era considerada em tudo inferior ao homem. Poderia ser vendida como escrava, pelo pai, quando tivesse entre 6 e 12 anos e meio de idade.
A religião judaica era uma religião de homens.
Apesar de serem numerosas não contavam, por exemplo, num culto na sinagoga, só começava se tivesse no mínimo 10 judeus; mas eram obrigadas a cumprir todas as proibições da Lei, inclusive a pena de morte.
Havia uma oração que os judeus do século II d.E.C., faziam na sinagoga:
"Rabi Jehuda diz: devem ser feitas três orações diárias:
Bendito seja Senhor que não me fez pagão.
Bendito seja Senhor que não me fez mulher.
Bendito seja Senhor que não me fez ignorante.
Bendito seja Senhor que não me fez pagão:
Porque todas as nações diante dele são como nada (Is 40,17).
Bendito seja Senhor que não me fez mulher:
Porque a mulher não está obrigada a cumprir os mandamentos.
Bendito seja Senhor que não me fez ignorante:
Porque o ignorante não se envergonha de pecar".
Depois que escrevi no quadro esta "oração", uma mulher falou:
"Eles esqueciam que Deus é mãe também?"
Eu lhe respondi com uma outra pergunta:
"Não se tem tratado as mulheres da mesma forma hoje em dia?"
"Qual é a atitude de Jesus perante às mulheres?"
Ela respondeu:
"A atitude de Jesus é enfrentar a estrutura patriarcal, é a de iniciar um diálogo sincero, criar laços de amizade, ter discípulas não importando se são solteiras, viúvas ou casadas. As primeiras testemunhas da ressurreição são as mulheres-discípulas".
Nada mais falei, não havia o que dizer, aquela mulher simples do povo já havia dito tudo. Só comentei que na genealogia de Jesus encontramos cinco mulheres: - Tamar, Raab, Rute, Betsabéia e Maria (cf. Mt 1,1-17) que são precursoras da Promessa.
É bom lembrar sempre: - o argumento de uma mulher pagã prevaleceu sobre o de Jesus (cf. Mc 7,24-30).
E cabe perguntar: - "E nos nossos grupos de base da PJ, como tem sido esta relação – participação das jovens mulheres?"


Emerson Sbardelotti
Mestre em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

BÍBLIA E LITURGIA: REFLEXÕES DA CAMINHADA V

BÍBLIA E LITURGIA: REFLEXÕES DA CAMINHADA V

"Se levanta da mesa, tira o manto e, tomando uma toalha, cinge-a. A seguir, põe água numa bacia e começa a lavar os pés dos discípulos e a secá-los com a toalha que tinha cingido" (Jo 13,4-5).


Em 1988, eu participava do grupo JEFAC (JOVENS EM FUNÇÃO DO AMOR DE CRISTO), da CEB Nossa Senhora do Magnificat, Jardim Marilândia, Vila Velha/ES. O grupo e a equipe de liturgia haviam se responsabilizado pela encenação da Semana Santa, indo do domingo de Ramos até o domingo da Páscoa.
Das celebrações, a que me gritava mais forte no coração era a do lava-pés!
A cena é muito forte: simples e reveladora.
A partir dela entendi qual era o meu papel no grupo de jovens, na paróquia e na sociedade como um todo: - "servir o meu próximo!"
Percebi que a ação simbólica de Jesus não era uma ação de poderes plenos, mas havia um enorme desejo de humildade: transformadora e inquietante.
Senti em meu coração, no silêncio, que Jesus lavava os pés de todos(as) que estavam presentes naquela celebração, e também aquelas que não estavam.
Pela primeira vez na vida ouvi a palavra DIACONIA, que significa serviço.
Jesus estava me mostrando como ser um diácono.
Lembrei-me que segundo o livro de Gênesis (cf. 18,4), oferecer água ao hospede que lavasse os pés, por causa da poeira do caminho, era um gesto cortês de quem recebia. Mas o ato de lavar os pés, não cabia ao dono da casa ou a um mestre; nenhum homem judeu lavava os pés de outro homem judeu, isto era um serviço para escravos pagãos.
As mulheres judias eram obrigadas a lavar os pés dos seus maridos.
Pude notar que o gesto de Jesus, a princípio, era escandaloso, principalmente para os discípulos que nada entenderam. Somente mais tarde, quando as primeiras comunidades começam a sofrer perseguições por parte dos judeus e do Império Romano é que se entenderá o profundo significado do gesto de Jesus.
O exemplo deste serviço humilde deve animar a vida de nossos grupos de base da PJ!
Não somos convocados para que nos sirvam, nossa missão está em servir sem esperar "obrigado" ou agradecimentos.
No final da celebração, envolto em meus pensamentos, me perguntava: - "você reparou que Jesus não tirou a toalha da cintura após secar os pés dos discípulos?"
Acredito que esta toalha tenha sido repartida com as outras peças de roupa que Ele usava, quando já estava na cruz. Não há comentários no próprio evangelho, que Ele tenha tirado ou depositado em algum lugar, deixando entender que a tenha usado até o final.


Emerson Sbardelotti
Mestre em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

BÍBLIA E LITURGIA: REFLEXÕES DA CAMINHADA IV

BÍBLIA E LITURGIA: REFLEXÕES DA CAMINHADA IV

"Jesus empreendeu viagem com seus discípulos para as aldeias de Cesaréia de Filipe. No caminho perguntava aos discípulos: - Quem dizem os homens que eu sou?" (Mc 8,27)

Fui convidado a assessorar um encontro de três dias numa paróquia do interior do Estado do Espírito Santo, sobre "A PRÁTICA LIBERTADORA DE JESUS".
Um dos instrumentos que utilizei para o trabalho em pequenos grupos, foi um livrinho do Frei Carlos Mesters publicado pelo CEBI, com o mesmo nome, mas: - simples, profundo, direto e esclarecedor.
O sub-tema do encontro: "QUEM É JESUS?"
No domingo celebraríamos Ramos; por estarmos nas dependências de uma escola agrícola, lembrei em silêncio, que Jesus era carpinteiro e agricultor, senti que seria um encontro gostoso de se viver, gostoso de praticar depois no cotidiano dos grupos de jovens.
Estávamos num total de 30 jovens.
Comecei dizendo, que sem dúvida, as duas perguntas que Jesus faz a seus discípulos, de certa maneira, nos causa um incômodo até hoje, agora mesmo!
- "Quem dizem os homens que eu sou?"
- "E vós, quem dizeis que eu sou?"
Um silêncio arrasador tomou conta do salão!
Estas perguntas nos desafiam!
Nestas perguntas, Jesus, tem uma preocupação velada à respeito da identidade messiânica (primeiro, porque, tinha curiosidade em saber sobre a opinião que o povo (homens e mulheres) tinha dele; segundo, pois, esperava do seu grupo de base, os seus amigos mais íntimos, os discípulos, uma resposta diferente da do povo comum).
O evangelista diz que eles estão no caminho que leva a Jerusalém, mas as perguntas são feitas em território pagão, onde os discípulos podem estar mais livres da pressão ideológica dos fariseus, da sociedade como um todo. Mesmo assim, e aí se percebe, aparece um certo descontentamento da parte de Jesus: os sinais messiânicos que deu não tiveram repercussão neles.
Cabe perguntar:
- "Nós, dos grupos de base da PJ, estamos neste caminho?"
- "Estamos prontos(as) para responder: - "Quem dizem os(as) jovens que eu sou?"
Com certeza as respostas a estas perguntas poderão não agradar aos coordenadores, aos assessores, e melhor que não agradem mesmo, mas devem ser respeitadas, nem tudo está perdido!
O que não vale é ficarmos espiritualizando os fatos históricos da vida de Jesus: sua encarnação, sua humanidade.
Se o grupo fizer uma leitura fundamentalista da Bíblia, distante da realidade que o cerca estará vivendo uma fuga!
A fuga sempre leva ao fracasso!
Alienação é fracasso!
Hoje, os meios de comunicação oferecem para os grupos de jovens um Jesus mercadológico. UM JESUS COM G!
G, de genérico! Jesus virou produto (= GESUS!)
Afinal, quem é Jesus?
É Jesus = Vida? Ou, Gesus = Fuga?

Emerson Sbardelotti
Mestre em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

QUANTO TEMPO FAZ


QUANTO TEMPO FAZ

quanto tempo faz que a gente não conversa?
quanto tempo faz que juntos fomos a uma festa?
e todas aquelas brincadeiras de criança?
e todos os nossos sonhos?

encontrei um álbum antigo com fotos atuais
encontrei fotos antigas num álbum moderno
ficamos de braços cruzados
e se cruzaram no ar os nossos sorrisos

quanto tempo faz hein...
quanto tempo faz que somos amigos?
quanto tempo faz hein...
que deixamos de ser perseguidos?

a vida é mais simples quando estamos em perigo
a vida é mais simples quando encontramos no outro um abrigo
a vida é simplesmente vida
quando se sabe morrer por aquilo que se acredita

Emerson Sbardelotti
30 de julho de 2008
15:01
*direitos reservados*

* foto de Valcey Capixaba *

NÃO ME CULPE POR SONHAR


NÃO ME CULPE POR SONHAR

não me culpe por sonhar
não me culpe por querer acreditar
que com todos os espinhos e pedras
pela estrada podemos caminhar

não me culpe por sonhar
um outro novo mundo possível
mesmo com a violência incrível
que insiste em acabar

com cada sopro divino
com cada beijo sentido
com cada olhar partilhado
no momento único do abraço

não me culpe por sonhar
uma utopia poética
uma música tão bela
fazendo da lágrima uma aquarela

não me culpe por sonhar
com novos dias
toda volta tem a sua ida
é o lado feliz da vida

que insiste em fazer brotar
em me fazer acreditar
que para ser feliz
só é preciso amar

Emerson Sbardelotti
30 de julho de 2008
14:36
* direitos reservados *

* foto de Valcey Capixaba *

QUATRO MÃOS

QUATRO MÃOS

você apareceu na minha vida sem pedir licença,

sem nada dizer

e o meu mundo girou tão depressa

que não vi o tempo passar

você sorriu e eu respondi com uma canção

sem nada dizer, você saiu assobiando

e o seu mundo girou tão depressa

que eu não vi a noite chegar

eu não vou me proteger dos seus encantos

eu não vou deixar de tocar o meu rock'n'roll

se a ida é maravilhosa, a volta será melhor

meu abraço é quente, mas você é o meu sol

você me abraça e esqueço todos os problemas

você me escuta e já não rolam as minhas lágrimas

estamos no início de uma linda história de amor

e escreveremos a quatro mãos muitas páginas


Emerson Sbardelotti Tavares

05 de setembro de 2007

15:41

*direitos reservados*

sábado, 26 de julho de 2008

UM POUCO POR DIA

UM POUCO POR DIA

você me pede
um canção bonita
você me pede
aquela voz tão ativa
mas se esquece
que sou apenas humano
você quer o diabólico
mas dorme com o santo

você reclama
que estou bebendo muito
eu sou brasileiro
não desisto nunca
você chora
por eu estar me perdendo
eu sou brasileiro
estou sempre morrendo

um pouco por dia
hora após hora
você sorri e segue
eu chego e não vou embora
você lê o que escrevo
mas não consegue escrever
um pouco por dia
demora após demora

você me chama de poeta
outro dia de profeta
mas você se esquece
eu sou apenas humano
você me pede
uma antiga canção
simbólica, apócrifa
o amor é profano

Emerson Sbardelotti
27 de julho de 2008
01:47
*direitos reservados*

* foto de Valcey Capixaba *

terça-feira, 22 de julho de 2008

EU SÓ QUERIA ESTAR SEMPRE AO TEU LADO

EU SÓ QUERIA ESTAR SEMPRE AO TEU LADO

o mundo dá voltas
e a minha cabeça pira
em saber que você se foi
neste caminho sem volta
a ida não tem prestado

você deu tantas voltas
e eu já sabia o final
você pediu para eu ter cuidado
mas eu só pensava em sexo
e em não sair do seu lado

baby...eu vacilei com você
baby...eu estou pagando o preço
ninguém merece ser só
é a sina do não recomeço

o mundo dá voltas
e a minha cabeça pira
em saber que não irá voltar
nesta estrada a ida não tem prestado
é ruim voltar sem ninguém ao lado

você deu tantas voltas
e eu já sabia o final
você me pediu para ter cuidado
mas eu só queria ficar ao teu lado
eu só queria estar sempre ao teu lado

Emerson Sbardelotti
22 de julho de 2008
13:13
* direitos reservados *

segunda-feira, 21 de julho de 2008

POR CAUSA DAS ESTRELAS E DA LUA

POR CAUSA DAS ESTRELAS E DA LUA

por causa das estrelas e da lua

eu vim até aqui para lhe visitar

por causa do ar e das gaivotas

eu vim até aqui para lhe amar

mesmo sabendo dos seus problemas

mas trago soluções para os meus

se juntos caminharmos pela areia

iremos chegar onde ninguém chegou

ao coração um do outro: ao amor

ao amor brotado do peito ao vento

sem camisa e com os cabelos soltos

nossos sorrisos irão se encontrar

cada dia mais inocentes e felizes

vamos sair por aí e por todos os países


Emerson Sbardelotti Tavares

sexta-feira, 18 de julho de 2008

NÃO PERCA SEU TEMPO

NÃO PERCA SEU TEMPO

não perca seu tempo
se você não irá deixar recado
não perca seu tempo
se o endereço que lhe deram
foi o errado
não perca seu tempo
pensando que o cara é o melhor
namorado
a verdade baby
é que não existe verdade
não perca seu tempo
lendo as poesias dos outros
se ainda não conseguiu fazer as suas
não perca seu tempo
escolhendo o futuro como saída
se o seu presente é uma merda
não perca seu tempo
comprando roupas intímas
pensando que ele irá lhe notar
o fogo diminuiu baby
ou então ele arrumou outra
não perca seu tempo
tentando me criticar
por querer lhe ajudar
não perca seu tempo
sabendo que o tempo
nunca mais poderá voltar
não perca seu tempo
esperando o abraço amigo
ou o sorriso consolador
não perca seu tempo
pois a vida é uma só
e ninguém irá ter dó
quando você não mais
servir para nada

Emerson Sbardelotti
18 de julho de 2008
16:39
*direitos reservados*

* foto de Valcey Capixaba *

ENGANO

ENGANO

eu quero dizer a verdade
pois cansei das suas mentiras
eu quero ver você cair
e nunca mais levantar
estarei sorrindo
vendo você chorar
nestas noites quentes
meu coração está gelado
não sinto nenhuma emoção
se você passar do meu lado
pagarei a multa
mas não vou parar no sinal

não quero mais saber
dessas histórias idiotas
a partir de agora
inventarei a minha rota

meu inferno é o teu amor
graças à Deus acabou
eu quero cantar o que gosto
eu quero tentar e posso
vou acreditar em mim mesmo
e parar de viver a esmo
e para isso não mando recado
você foi o meu engano e pecado

a primavera está acabando
espero o inverno chegar
no outono vou secar
no verão aproveitar
dizendo a verdade
quero ver você dançar
baby, você vai dançar

Emerson Sbardelotti

ACERTAR E ERRAR

ACERTAR E ERRAR

sonhos que não saem da minha cabeça
sonhos que fazem que a realidade aconteça
eu quero gritar para que o mundo amanheça
e que a paz seja uma certeza

eu vou cantar aquele blues do Barão Vermelho
eu vou escrever pensando no Renato Russo
vou praticar o amor que tenho no peito
vou viver minha juventude de todo jeito

mantendo a atenção no caminho
compreendendo que toda ida tem volta
por mais que demore a vitória
não desistir é fazer a História

e para quem tem memória
sabe que o bom de se estar vivo
é poder arriscar, acertar e errar
amor, amor, amar, amar, amar...

Emerson Sbardelotti

quinta-feira, 10 de julho de 2008

O MAL

O MAL

O mal da gente,
é querer o mal dos outros.
O mal dos outros,
é não saber quem é o próximo.
O mal do próximo é acreditar,
que é o fim...
O mal do fim é saber,
que não vai começar.
O mal do começar,
é não perceber o meio.
O mal de estar no meio,
é sentir-se dividido.
O mal de dividir é não partilhar.
O mal de não se partilhar,
é não perceber o quanto falta:
para muitos...
O mal de muitos,
é saber que poucos mandam.
O mal de poucos é a solidão.
O mal da solidão é não querer ninguém.
O mal de ninguém é não existir.
O mal de existir é não ser um ser humano.
O mal do ser humano,
é querer ser Deus!
E quando se quer ser Deus,
a Criação toda sofre...
O mal de sofrer,
é não saber sorrir.
E quando não se pode sorrir,
é porque os sonhos se acabaram.
Se os sonhos se acabaram,
que vantagem se tem em viver?
E quando não se sabe viver,
que bem poderá se encontrar?
O mal de não se encontrar,
é ter a certeza,
de que ainda não sabemos,
a importância do verbo amar.
O mal de se amar,
é ter consciência de errar.
E mesmo assim,
recomeçar.
E não desistir...
E sempre lutar...
E exterminar todo o mal,
que contamina
o que de melhor
podemos plantar.
E se plantamos,
um dia iremos colher.
Há dois caminhos:
mas só um,
se pode escolher.
E aí, como vai ser?

TAVARES, Emerson Sbardelotti. UTOPIA POÉTICA. São Leopoldo: CEBI, 2007.