O MAL
O mal da gente,
é querer o mal dos outros.
O mal dos outros,
é não saber quem é o próximo.
O mal do próximo é acreditar,
que é o fim...
O mal do fim é saber,
que não vai começar.
O mal do começar,
é não perceber o meio.
O mal de estar no meio,
é sentir-se dividido.
O mal de dividir é não partilhar.
O mal de não se partilhar,
é não perceber o quanto falta:
para muitos...
O mal de muitos,
é saber que poucos mandam.
O mal de poucos é a solidão.
O mal da solidão é não querer ninguém.
O mal de ninguém é não existir.
O mal de existir é não ser um ser humano.
O mal do ser humano,
é querer ser Deus!
E quando se quer ser Deus,
a Criação toda sofre...
O mal de sofrer,
é não saber sorrir.
E quando não se pode sorrir,
é porque os sonhos se acabaram.
Se os sonhos se acabaram,
que vantagem se tem em viver?
E quando não se sabe viver,
que bem poderá se encontrar?
O mal de não se encontrar,
é ter a certeza,
de que ainda não sabemos,
a importância do verbo amar.
O mal de se amar,
é ter consciência de errar.
E mesmo assim,
recomeçar.
E não desistir...
E sempre lutar...
E exterminar todo o mal,
que contamina
o que de melhor
podemos plantar.
E se plantamos,
um dia iremos colher.
Há dois caminhos:
mas só um,
se pode escolher.
E aí, como vai ser?
TAVARES, Emerson Sbardelotti. UTOPIA POÉTICA. São Leopoldo: CEBI, 2007.
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