"Abriram-se os olhos e o reconheceram. Mas Ele desapareceu de sua vista" (Lc 24,31)
Um dos textos trabalhados foi o que fala do Caminho de Emaús.
Aquela juventude animada entrava em contato, a maioria pela primeira vez, com os degraus da Leitura Orante da Bíblia.
Individualmente, saíram para estudar o texto. No meio das descobertas e dúvidas, surgiu uma intrigante pergunta:
- "Para onde havia ido Jesus após desaparecer?"
O silêncio dominou o ambiente!
Alguns minutos depois, tímidas respostas foram aparecendo:
- "foi para junto de Deus!"- "foi para o céu!"- "foi para o paraíso!"- "foi ao encontro de Maria!"- "foi ao encontro dos discípulos!"- "voltou para a Galileia!"
Pude observar que tais respostas não saciavam o que o grupo estava sentindo. Aqueles corações se abrasavam.
Mas, a resposta ideal, ainda não havia sido dada.
Sugeri que todos(as) se levantassem e que de dois em dois caminhassem em silêncio, pelas dependências da casa, depois conversassem e meditassem sobre aquele trecho da leitura.
Ao retornarem, notei, que estavam muito emocionados(as) com a experiência e pedi que dessem a tão esperada resposta. Foi quando uma garota, uma das mais novas, com seus 14/15 anos, disparou:- "Jesus foi para dentro deles!"
Mais uma vez, o silêncio dominou o ambiente. Não se precisou dizer mais nada: os abraços e os aplausos falaram mais forte!
Jesus foi para dentro deles e para dentro de cada um de nós; nos anima a caminhar sempre!
Em nossas Comunidades Eclesiais de Base, em nossos grupos da PJ, ter esta clareza é estar no caminho que leva ao Reino. E este caminho passa pelo Inferno do Sofrimento Humano:
- a exclusão, a marginalização, a discriminação, a injustiça, a miséria e a fome.
Jesus mesmo, para chegar ao Pai, passou por este caminho, por isso cumpriu a missão pela qual viveu.
Não perder a dignidade e a coragem para lutar é sinal que verdadeiramente a Salvação está dentro de cada um de nós. Ter força para voltar e anunciar aos outros, tudo o que o Ressuscitado falou e fala durante a caminhada é colocar mais um tijolo na casa comum: a Civilização do Amor!
É ter esperança e acreditar que somos parte do terreno fértil da transformação que virá!
Emerson Sbardelotti
Mestre em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário