quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Evangelho do Dia (14/09/2016)



Evangelho do Dia (14/09/2016) - Exaltação da Santa Cruz - Jo 3,13-17*:

"E, no entanto, ninguém subiu ao céu senão aquele que desceu do céu, o Filho do Homem. E assim como Moisés levantou a serpente no deserto, é preciso que o Filho do Homem seja levantado, a fim de que todo aquele que crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo não para julgar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele".

No Evangelho de hoje, Jesus de Nazaré nos diz que para sermos salvos é preciso passar pela cruz! Não há outro caminho, não há jeitinho brasileiro. O que era um símbolo de loucura e maldição, se tornou sinal de redenção. Infelizmente, nos dias atuais, a cruz se tornou um objeto de lucro e prosperidade para muitas pessoas, distorcendo assim o seu real objetivo: levar os seres humanos a crerem que Jesus de Nazaré é o Filho único do Deus vivo e por causa de seu testemunho somos convidados a defender a vida até as últimas consequências, seguindo assim, o seu exemplo. É muito fácil para as pessoas colocarem no peito uma cruz, difícil é praticar o que Jesus de Nazaré fez: encher o coração de compaixão e misericórdia por um outro ser humano que está machucado, humilhado, esquecido, espoliado, com fome, com sede, com frio! Me intriga muito o fato de entrar em muitas igrejas católicas e não encontrar no altar o Crucificado, e sim, apenas o Glorificado ou o ícone ou imagem de algum padroeiro; penso que Jesus de Nazaré precisou experimentar o inferno do sofrimento humano, cumprindo assim o desejo do Pai de armar sua tenda em nosso meio, ser semelhante a nós em tudo, menos no pecado, humanamente divino, divinamente humano. Lembro da igreja matriz onde fiz minha primeira comunhão, que em uma das reformas, retiraram o Crucificado, colocaram o Glorificado, porém, no corredor central, foi colocada uma enorme cruz, que ia da porta até próximo ao altar. Teologicamente correto. Quem entrava pela porta central, ao se benzer e caminhar em direção ao altar passava por debaixo dela, ao olhar para cima, lembrava-se todo domingo que sem a cruz na caminhada não há salvação. Essa imagem ficou para sempre na minha memória. Em nossas comunidades, equipes de serviço, como está sendo experimentada a espiritualidade libertadora da cruz de Jesus de Nazaré? E me lembro de uma pergunta de Leonardo Boff, que também é título de um de seus livros: "Como pregar a cruz hoje numa sociedade de crucificados?". Pergunta útil e necessária!


Emerson Sbardelotti

* A BÍBLIA TRADUÇÃO ECUMÊNICA. São Paulo: Paulinas / Loyola, 1995.

** Arte de Claudio Pastro (SP) - Santuário Nossa Senhora Aparecida.

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