terça-feira, 25 de novembro de 2008

ESTOU ILHADO

ESTOU ILHADO

a chuva caiu
a maré encheu
o vento soprou
e o rato correu

uma tsunami se aproxima
pessoas pulam dentro do valão
você pode até pensar que é brincadeira
estragos assim não tem solução

o meu bairro está um caos
quanto mais eu rezo mais assombração
a galera sai de barco
sofre toda a população

que vota em toda eleição
esperando alguma mudança
mas a casa cai e o choro vem
só deu para salvar a criança

estou ilhado dentro de casa
uma água fedida insiste em entrar
não adiantam os sacos de areia
agora é ver a chuva cair e chorar

amanhã se der sol
eu volto a trabalhar
as feridas vão aparecer
outras irão se espalhar

estou ilhado
e só restou fotografar
certas desgraças não bastam
é o fim que está por chegar

Emerson Sbardelotti
26 de novembro de 2008
01:00
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CABELOS

CABELOS
(para Luciana Spedo)


cabelos vermelhos
cabelos de fogo
você acreditou no perigo
e agora tudo de novo

você sabia daqueles sorrisos
você sabia daquelas lágrimas
a vida sempre indica o caminho
no chão dos nossos dias, as pegadas

cantar por acreditar no amor
cantar por querer espantar a dor
você já viu o quanto é bom estar feliz
você já sentiu o quanto é bom ser feliz


cabelos de fogo
cabelos vermelhos
você acreditou na alegria
e se viu no espelho

cada retrato, cada canção
cada abraço, uma paixão
e a cantoria continua
sempre uma nova emoção

Emerson Sbardelotti
25 de novembro de 2008
23:42
*direitos reservados*

domingo, 2 de novembro de 2008

VIDA DE CANTADOR

VIDA DE CANTADOR
(Emerson Sbardelotti)


dizem que além do horizonte
o vento sopra sem cessar
e digo que aqui, dentro do coração
a Palavra ecoa sem parar
no silêncio escuto a Deus
e sinto todo o meu ser falar
na harmonia com a Terra
uma paz inquieta a brotar


E NO CAMINHO FAÇO A MISSÃO
FAZENDO E DEIXANDO AMIGOS
CHORANDO, ABRAÇANDO E SORRINDO
E POR NÃO ESTAR SOZINHO
VOU ENFRENTANDO OS PERIGOS
E POR CARREGAR A MINHA CRUZ
VOU SEGUINDO JESUS

dizem que ser profeta
é não se calar
e lembro de Hélder, Paulo e Pedro
do barulho e da mansidão no olhar
e por ser poeta menor
humildemente cantando vou
histórias da cidade e do interior
histórias de vida de um cantador


04 de dezembro de 2003

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MAS EU DIGO NÃO

MAS EU DIGO NÃO

Nosso amor não tem nexo

nosso amor não tem complexo

só não me venha falar das suas dores

só não me venha falar dos seus amores

perdidos num copo de cerveja

perdidos num licor sem cereja

você já ouviu a nossa música hoje

você já se viu no espelho hoje

toda descabelada, toda maltratada

ficou a noite toda curtindo na balada

e agora vem com essa cara deslavada

implorar a minha atenção...mas eu digo não

já cansei de ser amigo, de ser divã e confessionário

já vi os outros chegando e eu pagando uma de otário

vá curtir a sua fossa com a turma que você tanto gosta

Rita Lee está certíssima: tudo vira bosta

não me venha falar dos seus amores

eu já tenho as minhas e não preciso das suas dores

se a volta não foi boa, a ida nunca irá prestar

todo caminho aponta onde se quer chegar


Emerson Sbardelotti

01 de novembro de 2008

13:39

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